O texto seguinte não inclui spoilers do Episódio 1 de “The Penguin”, mas assume algum conhecimento base do universo de Batman, nomeadamente a visualização de “The Batman”, dado que a série é um spin-off. Em 2022, o filme chegou aos cinemas pela mão de Matt Reeves, tanto na realização como no argumento, e contou com Robert Pattinson no papel do homem-morcego aka Bruce Wayne.
Por isso, para quem não quer cair de pára-quedas na nova série da Max, esse deveria ser o primeiro passo: rever “The Batman”.
Não só é surpreendente a forma como praticamente três horas de filme passam a correr, mas temos de elogiar o trabalho de Reeves em explorar uma nova versão de um super-herói que em anos anteriores já tinha merecido um mundo desenhado por Christopher Nolan e outro por Zack Snyder. No entanto, mais do que a jornada feita pelo “Batman” de Reeves, o importante a reter do filme é o estado em que Gotham ficou depois do danos provocados por The Riddler (Paul Dano), o principal vilão em “The Batman”. Uma gigante inundação nas áreas centrais da cidade colocou milhares de pessoas em condições muito complicadas e fez disparar ainda mais criminalidade, num contexto em que o número de vilões, criminosos e grupos de crime organizado por metro quadrado já era bastante acima da média.
É neste cenário que Oswald Cobblepott (Colin Farrell), também conhecido por “Penguin”, é obrigado a fazer contas à vida. O seu antigo chefe Carmine Falcone, líder da principal família da Máfia, foi assassinado por The Riddler e há agora uma busca incessante pelo poder e pelo controlo das ruas. O seu filho Alberto Falcone (Michael Zegen, o ex-marido de “Marvelous Mrs. Maisel”) apresenta-se como o novo “padrinho” de Gotham, mas existem várias dúvidas sobre a sua capacidade para cumprir o que é exigido no lugar e sobre que pessoas quer continuar a manter por perto.
A parte boa deste primeiro episódio é que não demoramos muito tempo até perceber ou a ter uma perspetiva sobre o que é que “Penguin” quer fazer. Este toma uma decisão que acaba por impactar em parte a história que vamos acompanhar ao longo da série e marca o ritmo para o que podemos esperar. O capítulo inicial dá a ideia de que “The Penguin” quer ser uma interseção perfeita entre a capacidade da DC de gerar ótimos vilões e a capacidade da HBO de transformar gangsters em personagens pela quais acabamos por torcer. Basta pensar em Tony Soprano, Nucky Thompson (Boardwalk Empire) ou Omar Little (The Wire).
Olhando para o próprio ambiente da série, acaba por se assimilar muito mais ao mundo destas personagens do que à Gotham imaginada por Matt Reeves, que se mantém como produtor executivo. Nesta nova realidade, Colin Farrel tem agora a oportunidade de dar ainda mais à sua personagem. O cenário continua negro, mas em “The Penguin” parece haver espaço para um tom cómico que em “The Batman” era bastante mais complicado de existir. “Oz” é temido por muitos, mas também é capaz de brincar e de ter empatia sem que isso torne a personagem pouco coerente. Tem um sotaque italo-americano obrigatório em qualquer gangster e um modo de andar que muitas vezes faz com que ele próprio seja o alvo da graça.
Por outro lado, uma das maiores surpresas desta série poderá ser Christina Milioti. A mãe de “How I Met Your Mother” protagoniza a perigosa Sofia Falcone, irmã de Alberto Falcone, que volta à vida civil depois de vários anos no asilo psiquiátrico de Arkham e que tudo indica que vai desempenhar um papel importante nos planos de Penguin. Para o bem e para o mal.
“The Penguin” tem como showrunner Lauren LeFranc e como realizador Craig Zobel, que conta tem no currículo a autoria de episódios em “Leftovers”, “Westworld” e “Mare of Eastown”.
“The Penguin” está disponível na Max e vai ter novos episódios todas as sextas-feiras.
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