No último episódio do podcast Acho Que Vais Gostar Disto, Mariana Santos, Miguel Magalhães e João Dinis juntam-se para falar de "The Killer", o mais recente filme de David Fincher. É um mergulho de cabeça nos pensamentos do assassino interpretado por Michael Fassbender, com os The Smiths a tratarem da música ambiente.
Ouve aqui episódio de “The Killer”
David Fincher tem estado no ativo e ocupado - com “Mank” e “Mindhunter” -, mas há quase 10 anos que não tínhamos o realizador norte-americano a explorar as idiossincrasias do estilo que tão bem celebrou no passado em “Zodiac”, “Gone Girl” ou “Seven”: o thriller. Ora, diga-se que isso mudou esta sexta-feira, com a chegada de “The Killer” à Netflix.
Em “The Killer”, temos o vislumbre dos muitos disfarces, rotinas e métodos utilizados por um assassino profissional sem nome, interpretado por Michael Fassbender, que se vê numa embrulhada das grandes. E por embrulhada das grandes, entenda-se que os “patrões” deste assassino querem matá-lo porque cometeu “um erro fatídico” que pode comprometer os interesses dos ditos empregadores. Ou seja, a personagem de Fassbender vê-se no meio de uma “caçada” internacional e tem que resolver um problema que o próprio criou. Pelo meio, tem de lidar com tudo aquilo que lhe vai cabeça — que, diga-se, é muita coisa. Porque neste filme nada é preto no branco, nem nada é simples de digerir. Arliss Howard, Charles Parnell e Tilda Swinton também fazem parte do elenco, mas não se vá ao engano, pois este é um “one man show”.
Baseado na novela gráfica de Alexis “Matz” Nolent e Luc Jacamon, “The Killer” marca a reunião de Fincher com o argumentista Andrew Kevin Walker, que escreveu o guião de “Seven”. E a julgar pelo que se reitera na imprensa internacional, não só é um dos filmes mais pessoais de Fincher, como tem tudo aquilo que se espera de um filme seu: obsessão, perfeccionismo e uma atenção ao detalhe forense. Assim como podemos esperar uma banda sonora, o palato fotográfico e montagem repleta de tensão que nos colocam no universo de Fincher numa questão de segundos. Se isso é suficiente para agradar aos protagonistas do Acho Que Vais Gostar? Sim, mas não a 100%.
João Dinis assume que gosta muito do trabalho do realizador, e percebe que a mensagem do filme passe pela “reflexão” da nossa ligação uns pelos outros e da nossa empatia enquanto humanidade. Ainda assim, sente que chegou ao fim e… “The Killer” ficou aquém e que não vai ficar na memória das pessoas como outros filmes da sua carreira. “Não tem nada a ver com a fotografia, que é sempre incrível, e não tem nada a ver com o Michael Fassbender, que acho que está bem”, diz. Simplesmente, ficou a sentir falta de algo que normalmente os filmes de Fincher têm e que este não tem. Um propósito.
Opinião que é partilhada por Miguel Magalhães, que explicou um pouco este sentimento. “Vês várias coisas do Fincher no sentido de teres muito diálogo interior [do personagem principal] que não está a ser visível no ecrã”, conta. Porém, ficou com a sensação de que, ao contrário de “Gone Girl” ou “Fight Club”, em que isso também acontece, falta a “The Killer” uma história “com princípio, meio e fim” — e outras personagens. “Em duas horas de duração, ficamos só com os pensamentos dele. É como estar na série ‘You’, mas num ‘You’ mais bem escrito. É ele, ele, ele”. Ou seja, o filme deixa o espectador a pensar que vai ser uma coisa que “no final não é”.
Pegando nos aspectos positivos, João Dinis diz que “não se pode apontar nada” a nível técnico e destaca o papel de Fassbender (“é um ator que te faz acreditar em tudo o que faz”). Já Miguel Magalhães complementa o raciocínio elogiando a banda sonora, que além de contar com várias canções do espólio de “The Smiths”, tem o toque de Midas de Trent Reznor e Atticus Ross.
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