Neste episódio do podcast Acho Que Vais Gostar Disto, a Mariana Santos, o João Dinis e o Miguel Magalhães falam sobre os quatro primeiros episódios da sexta e última temporada da série “The Crown” — e discutem se uma das séries bandeira da Netflix perdeu o rumo e se distanciou de tudo aquilo que a levou a conquistar a crítica e os tops.
Ouve aqui o episódio sobre a primeira parte da última temporada de “The Crown”:
A derradeira temporada de “The Crown” vai ter dez episódios e chega em duas levas distintas: os primeiros quatro ficaram disponíveis no dia 16 de novembro e os seis restantes serão lançados no dia 14 de dezembro. A primeira parte, a que já vimos e da qual falamos neste podcast, retrata os acontecimentos dos anos 90 que correram o mundo, nomeadamente o romance vivido entre a Princesa Diana e o empresário egípcio Dodi Fayed, e a trágica morte de ambos, num acidente de viação, em Paris.
Sobre os novos episódios, diga-se que a crítica não ficou encantada — de todo. Se há quem elogie a maneira sóbria como a série lidou com o aparatoso acidente, a maioria das opiniões, especialmente as de origem britânica, são bastante mordazes e com todas as letras escrevem que “The Crown” já não é o que em tempos foi — uma boa e equilibrada combinação de drama de ficção e eventos históricos.
Do que se lê, o consenso é que se a primeira e segunda temporada impressionavam pelos elevados valores de produção - fotografia, cenário, guarda-roupa, montagem, som - e a escrita era empolgante e cativante, em que os diálogos eram inteligentes e a narrativa alinhava os factos históricos com os dramas pessoais de uma maneira interessante e que prendia a atenção do espetador, a partir daí descambou. Como nota Lucy Mangan, jornalista do The Guardian, “The Crown” começou “a balançar na terceira temporada, perdeu totalmente o equilíbrio nas duas seguintes e agora está a cair no abismo”.
Relativamente às críticas e ao estado de “The Crown”, João Dinis é da opinião que a série perdeu “algum fulgor” por duas razões: a morte da Rainha Isabel II e a proximidade temporal dos eventos. No caso desta última, porque “a proximidade dá-te mais argumentos para tentares escrutinar a forma como a história está a ser contada”, explicando que nas temporadas anteriores “como as coisas aconteceram nos anos 50 e 60 até achas giro”, mas alguém com 80 ou 90 anos e que viveu naquela época pode muito bem dizer “que as coisas não se passaram nada assim”. Ou seja, à medida que a história avançou e entrou nos anos 80 e 90, o arquivo em vídeo e fotográfico está bem vivo na memória de várias gerações — e fica complicado não fazer comparações ou julgar a dramatização de algo que se sabe como aconteceu.
Aproveitando o mote, Miguel Magalhães acrescenta uma terceira razão: “Acho que há também um desafio que quem acompanha a série tem de fazer, com a mudança do elenco principal de duas em duas temporadas”, diz, destacando o “impacto” da primeira ronda de atores, referindo-se especificamente ao trabalho de Claire Foy (Rainha Isabel II), Matt Smith (Filipe, o Duque de Edimburgo e que atualmente dá vida a Daemon Targaryen em “House of the Dragon”) ou de Vanessa Kirby (Princesa Margarida). E se na terceira e quarta temporada ainda mantiveram “alguma da aura” com atores do calibre de Olivia Colman (Rainha Isabel II), a partir daí foi “difícil” dar o mesmo salto. Não é que o elenco não seja de excelência também, mas fica complicado acompanhar emocionalmente uma terceira mudança de caras.
Quanto aos novos episódios, João Dinis, apesar de elogiar bastante o trabalho dos atores - se bem que com alguma irritação pela personagem de Dodi Fayed, pois tem “muitas dúvidas que fosse assim tão banana como é representado na série” - e de achar que a atriz Elizabeth Debicki “é e está igual” à Princesa Diana, admite que se desligou e que o “perderam” com duas “aparições” no quarto episódio (não dizemos quais para não estragar nada a quem ainda não tenha visto). No entanto, admite que há uma frase que o “marcou muito” e que acha que é “muito forte” pelo momento que representa e que simboliza. A linha em questão é dita durante a cena no funeral da Princesa Diana, quando William pergunta ao avô porque é que “as pessoas estão a chorar por alguém que nem sequer conheceram” — ao que o Duque de Edimburgo responde “eles não estão a chorar por ela, estão por ti”.
Ouve o episódio na Apple Podcasts, Spotify e Popcasts.
Nos Créditos Finais, falámos sobre a morte de Sara Tavares, O Encantador de Ricos (podcast do Observador), Brawn: The Impossible Formula 1 Story (Disney+), Escapar à Twin Flames (Netflix), Vai Correr Tudo Bem (série de Guilherme Geirinhas) e Monarch: Legacy of Monsters (Apple TV+).
👀 Alerta episódio ao vivo!
Save the Date: No dia 7 de dezembro, que calha a uma quinta-feira, o João Dinis, o Miguel Magalhães e a Mariana Santos vão estar no Cinema City do Campo Pequeno, em Lisboa, para uma sessão especial ao vivo do podcast Acho Que Vais Gostar Disto.
A gravação do podcast acontece depois da sessão das 19h00 de “Wonka” e convidamos todos aqueles que quiserem assistir à conversa entre os três anfitriões do nosso podcast a estarem presentes.
🚨 Alerta desconto no Cinema City
Além da gravação de um episódio ao vivo, queremos anunciar também que temos um código de desconto válido durante todo o mês de dezembro para que possas aproveitar a época natalícia com o melhor cinema. O desconto é válido em qualquer Cinema City e qualquer sessão, independentemente do filme que escolhas ir ver.
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Créditos Finais
Lembras-te de “Os Cinco”? O É Desta Que Leio Isto, clube de leitura da MadreMedia, vai receber Maria João Lopo de Carvalho para falar sobre "Os Cinco e o quadro desaparecido", um mistério que se desenrola nas férias de Natal — e o primeiro livro desta conhecida série escrito por uma autora portuguesa. Para te inscreveres no encontro basta preencher o formulário que se encontra neste link.
Marta Pereira da Costa. Acompanhada pelo guitarrista João José Pita Junior e o percussionista Pedro Segundo, a portuguesa levou o fado à “Tiny Desk Concert” da NPR, conhecida rádio americana. Podes ver e ouvir a atuação intimista aqui.
Super Bock em Stock. Will Butler com Sister Squares, Gilsons, Anna Calvi, Sam Tompkins, The Legendary Tigerman e Valete estão entre os mais de 40 artistas e bandas que atuam no festival que acontece hoje e sábado em Lisboa.
Morangos com Açúcar. D’ZRT, 4 Taste e Just Girls vão juntar-se em palco, em junho, no Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras.
Squid Game: The Challenge. Os primeiros episódios do reality show inspirado no fenómeno coreano já estão disponíveis na Netflix — e a curiosidade em torno deste reality show parece ser bastante, já que destronou a Coroa britânica do lugar #1 do Top das séries mais vistas em Portugal.
Oppenheimer. O último filme de Christopher Nolan chegou aos videoclubes digitais (VOD). Quem quiser comprar já o pode fazer, mas vai ser preciso aguardar mais um bocadinho para alugar ou até ficar disponível via streaming.
Snoop Dogg. Afinal, o rapper não deixou de fumar. Foi tudo uma jogada de marketing para anunciar que é parceiro de uma marca que comercializa um braseiro de jardim que não deita fumo.
Superman: Legacy. Sara Sampaio vai entrar no filme de James Gunn e Nicholas Hoult será o próximo Lex Luther, um dos eternos nemesis do Homem de Ferro.
Karaté Kid. Confirmado: vai haver novo filme! Jackie Chan e Ralph Macchio serão os protagonistas.
Renovações e cancelamentos. “Black Mirror” foi renovada para uma 7.ª temporada (podes recordar o nosso episódio do podcast sobre a última temporada aqui), mas “Young Sheldon” vai chegar ao fim já em 2024.
Acusações. Uma guionista norte-americana acusa Nuno Lopes de a ter drogado e depois violado em 2006 — ator português nega e diz que “jamais” o faria. Uns dias depois, Jamie Foxx também foi acusado de agressão sexual.
Let’s look at the trailer
Aquaman 2 (segundo trailer)
Mooned (curta dos Minions)
Napoleão (trailer final)
Ted (série de Seth MacFarlane)
Imaginary (do produtor de “M3gan”)
Monsieur Spade (Minissérie com Clive Owen)
Anyone But You (novo filme com Sydney Sweeney)
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