“Severance”, uma das principais séries da Apple TV+, regressou no passado dia 17 de janeiro aos nossos ecrãs com a estreia do primeiro episódio da segunda temporada. É a típica série que os críticos adoram, os fanáticos de TV também, mas que ainda passa despercebida do grande público.
É em parte um problema da plataforma de streaming da maçã, que ainda não atingiu a escala de outras como a Netflix e a Disney, mas também o sinal dos tempos que vivemos. O bombardeamento semanal de novas séries, faz com que entre muita banalidade, seja mais díficil dar atenção às coisas que valem a pena.
Para quem ainda não passou os olhos por esta história, o resumo é relativamente simples de fazer: num mundo distópico, relativamente parecido com o nosso, uma empresa chamada Lumon Industries criou um procedimento que se chama “Severance”, que permite que qualquer pessoa possa dividir a sua personalidade no trabalho e a vida pessoal, sendo que as duas nunca se misturam.
Ou seja, quando alguém trabalha na Lumon Industries tem uma personalidade e um forma de lidar com as pessoas e problemas à sua volta. Assim que abandona as instalações da empresa, regressa à sua personalidade original sem qualquer tipo de memória do que fez no horário de expediente. Porque é que as pessoas fazem isto? A maior parte delas está a fugir de traumas pessoais e a cirurgia foi uma forma de escaparem aos mesmos durante uma parte significativa do seu dia.
No enredo de “Severance” a principal representação disto é Mark, protagonizado por Adam Scott, que logo no início da série descobrimos que perdeu a mulher e que escolheu essa seria a melhor forma de lidar com o luto. Durante os primeiros tempos, tudo parece estar a correr bem com o seu “eu” profissional e com os “amigos do trabalho” até que os seus dois mundos começam a colidir e a mostrar que há algo de errado.
Sobre a segunda temporada
Quando estreou em 2022, “Severance” apareceu num timing perfeito. Estávamos ainda a recuperar da pandemia e as discussões sobre o papel que o trabalho desempenha na nossa vida em termos de liberdade e realização, bem como a forma como as empresas deviam organizar-se presencialmente ou remotamente estavam na berra. A série não pega diretamente nestes temas, mas a sua premissa introduziu-se muito bem no meio deles.
Para quem esperou quase dois anos pelo regresso, o mundo já não é exatamente o mesmo, e a grande curiosidade é perceber como é que a série se vai inserir novamente na conversa. O clima de “não sei exatamente o que está a acontecer, mas quero descobrir” mantém-se. Não vamos revelar nada em particular da história, mas a verdade é que grande parte do primeiro episódio foi construído para que a equipa original de Mark possa voltar a reunir-se e de certa forma voltar ao ponto de partida.
Ben Stiller continua responsável pela realização e produção executiva da série e a forma como arranca esta segunda temporada é brilhante, como mostra esta conversa com a Vanity Fair. Para quem gosta de perceber como é que as histórias são filmadas, esta é uma ótima aula.
Também há espaço para aulas de marketing
Quem passou algum tempo a fazer scroll por redes sociais e tem o seu algoritmo relativamente trabalhado para conteúdos de cultura pop, poderá ter visto uma das ativações que a série fez na Grand Central, a popular estação de comboios de Nova Iorque.
Hoje em dia, para uma série sobressair já não tem só de ter um bom elenco e um realizador popular, tem também de encontrar formas de chegar a um público que não só é bombardeado com informação todos os dias, mas que ainda muitos casos já não liga tanto aos nomes associados a um determinado projeto.
Foi isso que “Severance” fez ao montar um set na estação com uma caixa de video gigante, e dentro da mesma, o cast regressou às suas personagens e recriaram cenários e momentos característicos quase como se estivessem numa dimensão à parte. Os reels e tiktoks multiplicaram-se e provavelmente a audiência da série.
🎞️ Na Internet, no mundo e na cultura pop
Óscares 2025. As nomeações já estão cá fora e “Emilia Perez” foi o filme mais nomeado estando presente em 13 categorias. Quem vai vencer as principais categorias? Que filmes mereciam ser nomeados e não foram? Digam-nos na caixa de comentários.
Ainda Estou Aqui. O filme brasileiro estreou em Portugal na semana passada e foi o mais visto no país inteiro, com mais de 37 mil bilhetes vendidos.
FBI: Internacional. A Temporada 4 da série do Star Channel passou por Portugal com as atrizes Inês Herédia e Sofia Arruda a marcarem presença num episódio especial.
Star Wars. Ryan Gosling poderá protagonizar um dos próximos filmes da saga, com realização de Shawn Levy (“Deadpool vs Wolverine” e “Stranger Things”).
Dexter: Resurrection. A atriz Uma Thurman (“Kill Bill”, “Pulp Fiction”) é a mais recente adição ao elenco do spinoff da popular série.
Rolling Stones. A próxima tour da lendária banda britânica para promover o álbum “Hackney Diamonds”, deverá passar por Portugal em maio.
MEO Kalorama. O festival irá passar de agosto para o mês de junho para marcar o “início do verão”.
Netflix. A plataforma de streaming anunciou resultados recorde no último trimeste, contando agora com mais de 300 milhões de subscritores no mundo inteiro. E os preços vão aumentar.
Os novos trailers
“Como Treinar o Teu Dragão”, a adaptação do filme de animação da Dreamworks.
“Companion”, com uma das estrelas de “The Boys”.
“Opus”, o novo filme da estrela de “The Bear”.
“Mickey 17”, o próximo filme de Robert Pattinson com o realizador de “Parasitas”.
“Dia Zero”, série da Netflix que será protagonizada por Robert De Niro.
Acompanho mas confesso que não entrei muito entusiasmada na 2a temporada (talvez pelo gap temporal), vamos ver como evolui.
A Apple TV+ é das minhas plataformas de streaming preferidas, mas ainda não vi Severance. Acabei recentemente a segunda temporada de Silo, que é incrível!