A 15.ª edição do NOS Alive começa esta quinta-feira e vai trazer ao Passeio Marítimo de Algés alguns dos principais artistas do rock e do pop, com destaque para Red Hot Chilli Peppers, Arctic Monkeys, Lizzo e Sam Smith.
No último episódio do nosso podcast Acho Que Vais Gostar Disto, estivemos à conversa com o Paulo André Cecílio para descobrir o que esperar deste NOS Alive 2023. Para ouvires, só tens de carregar aqui no play 😉
O Melhor Cartaz. Sempre! É o slogan ao qual o NOS Alive nos habituou ao longo dos últimos anos, cada vez que apresenta uma nova edição do seu festival. A expectativa é sempre alta, os nomes de artistas são sugeridos pelos fãs nas redes sociais e é feito um acompanhamento milimétrico dos outros festivais internacionais que acontecem quase em simultâneo para termos uma ideia do tipo de “surpresas” que podemos esperar.
Não é fácil conseguir um elenco que agrade a todos, para não dizer praticamente impossível. Algumas edições estiveram perto, como a de 2014, que contou com os cabeças de cartaz The Black Keys, Arctic Monkeys e The Libertines, ou a edição absolutamente ridícula (no melhor sentido da palavra) de 2018, que teve nomes como Arctic Monkeys, Snow Patrol, Nine Inch Nails, Queens of the Stone Age, The National, Two Door Cinema Club, Portugal. The Man, Pearl Jam, Jack White, Franz Ferdinand e MGMT.
No entanto, com o passar do tempo, os festivais são obrigados a fazer ajustes para se manterem relevantes. Por um lado, existem cada vez mais eventos parecidos a competir pelo mesmos nomes na mesma altura, em Portugal e lá fora, o que torna mais complicado garantir os principais artistas. Por outro, as preferências generalizadas do consumidor também mudam e, de uma perspetiva puramente de negócio, é normal a organização de um festival questionar se deve ter um cartaz mais alinhado ao pop ou ao rock, que cada vez mais é um exercício de nostalgia.
O cartaz de 2023 do NOS Alive é um reflexo destes desafios com todos os dias mais ou menos equilibrados entre nomes rock e pop. Uns são regressos com sucesso garantido, outros são estreias que criam curiosidade face ao que pode ser o seu espetáculo. Há música para todos os gostos, mas não existem propriamente dias temáticos, o que pode levar ao agrupamento de audiências completamente diferentes.
Neste texto, tentamos fazer uma espécie de roteiro para cada dia, dando contexto dos artistas e tendo em conta potenciais conflitos de horários ou alternativas para passar tempo, num festival que, atualmente, já não é só de música.
Quinta-feira (6 de julho)
No primeiro dia do festival, o destaque vai claramente para Red Hot Chilli Peppers e The Black Keys.
A banda californiana vem a Portugal com várias razões para estar feliz: celebrou 40 anos de atividade em 2022, está novamente “completa” com o regresso do guitarrista John Frusciante e vem apresentar o seu mais recente álbum “Return of the Dream Canteen”, que mereceu elogios por parte da crítica. Analisando os concertos até à data, os “Red Hot” não estão com uma setlist super rigorosa, mas podemos esperar que os principais hits da banda possam ser ouvidos em Algés. Às 23h30, no Palco NOS.
Antes, vamos assistir ao regresso dos The Black Keys a Portugal. Depois do sucesso de “Brothers” (2010), “El Camino” (2011) e “Turn Blue” (2014), Dan Auerbach (vocalista e guitarrista) e Patrick Carney (baterista) decidiram fazer uma pausa e dedicar-se a outros projetos nos anos seguintes. Em 2019, voltaram a juntar-se em estúdio com o esquecível “Let’s Rock”, mas foi em 2021, com os blues de “Delta Kream”, que se voltaram a encontrar. O resultado foi o seu 11.º álbum de estúdio “Dropout Boogie”, que os traz de novo ao NOS Alive com os êxitos de sempre. Às 21h30 no Palco NOS.
Também merecem atenção:
Jacob Collier (20h30 no Palco Heineken): Do YouTube para palcos internacionais, o artista britânico (cujo apelido verdadeiro é Moriarty, como o inimigo de Sherlock Holmes) vem a Portugal pela primeira vez apresentar o seu portfólio de músicas muitos assentes na fusão do jazz com outros géneros, num concerto em que a interação com o público é quase garantida.
Diogo Batáguas (22h45 no Palco Comédia): Como é a vida pós-Relatório DB? É uma das perguntas que podemos ver respondidas pelo humorista português, no intervalo entre os concertos de The Black Keys e Red Hot Chilli Peppers.
Sexta-feira (7 de julho)
Será este o dia mais forte e mais estranho do NOS Alive? Não sei se alguma vez os Arctic Monkeys imaginaram estar a protagonizar um festival no mesmo dia e no mesmo palco que Lizzo e Lil Nas X. Mas vamos por partes.
A banda britânica volta a Portugal um ano depois de ter tocado no MEO Kalorama, desta vez com um novo álbum na carteira. “The Car” seguiu um pouco a linha deixada por “Tranquility Base Hotel & Casino” e mostrou uma banda mais adulta à procura de novas sonoridades, bem diferentes daquelas com começaram em 2004. A caminho dos 20 anos de carreira, Alex Turner e companhia parecem estar a aproveitar esta nova tour para celebrar alguns dos seus primeiros hits (alguns deles não estavam na setlist há vários anos). Não vou dizer quais são para estragar a surpresa. Às 22h45 no Palco NOS.
Antes dos “Arctic”, vai ser Lizzo a animar o início de noite. A artista norte-americana tornou-se num dos principais nomes da música pop nos últimos cincos anos com sucessos como “Juice”, “Truth Hurts” e “Good as Hell”. O mais recente “About Damm Time” valeu-lhe, inclusive, o Grammy para melhor música. São alguns dos exemplos de um espetáculo em que dificilmente haverá alguém a não dar um pezinho de dança. Às 20h50, no Palco NOS.
A fechar a noite temos Lil Nas X que, hoje em dia, é muito mais do que o artista por detrás de “Old Town Road”. Em vez de “one-hit wonder”, o artista nor-te americano conquistou as tabelas musicais com o seu álbum “Montero”, que com hits como “Call Me By Your Name” e “Industry Baby”, acabou por o estabelecer na indústria como um nome a levar a sério. Conhecido pela sua figura extravagante, há uma curiosidade natural para perceber os diferentes elementos visuais que irá utilizar durante o seu concerto em Algés. Resta esperar para ver. À 1h15 no Palco NOS.
Também merecem atenção
Terapia de Casal (20h20 no Palco Comédia): Guilherme Fonseca e Rita da Nova transformam o seu popular podcast num espetáculo ao vivo para resolver os problemas matrimoniais do público do NOS Alive (ou algo perto disto).
Jorge Palma (21h45 no Palco Heineken): Ouvir os êxitos de sempre, enquanto esperamos pelo concerto de Arctic Monkeys? Parece a forma perfeita de o fazer.
Carlos Coutinho Vilhena (00h20 no Palco Comédia): Não sabemos que tipo de espetáculo esperar, mas deverá ser algo diferente do espetáculo “Síndrome de Lisboa”, peça de teatro que o humorista teve a protagonizar nos últimos meses.
Sábado (8 de julho)
Para fechar o dia, temos um artista pop, uma lendária banda de rock e um rapper que decidiu enveredar pelo punk-rock.
Sam Smith vem ao NOS Alive pela terceira vez, a segunda como cabeça de cartaz. A sua música “Unholy” do álbum “Gloria” foi a escolhida por parte do festival para grande parte dos seus materiais promocionais, um sinal da renovada popularidade que o artista britânico teve com o seu mais recente projeto. Às 23h05 no Palco NOS.
Os Queens of the Stone Age (QOTSA) também regressam ao NOS Alive cinco anos depois do último concerto, agora à boleia de um novo álbum chamado “In Times New Roman”, editado este ano. A nova tour tem um significado especial para a banda, depois de o vocalista Josh Homme ter revelado que no ano passado fez uma cirurgia (bem-sucedida) para remover um cancro. A voltar à melhor forma, podemos esperar uma setlist com os principais hits, de “Song for the Deaf” (2001) a “Villains” (2017), em que vai ser díficil escapar à antecipação de um “No One Knows”. Às 21h15 no Palco NOS.
Machine Gun Kelly tem na sua história recente um beef com Eminem que lhe deu maior protagonismo, uma aposta grande em álbuns mais virados para o punk (ou uma tentativa disso) e uma relação mediática com a atriz Megan Fox. Tudo coisas que podem estar de alguma forma presentes no seu espetáculo, que é uma das maiores incógnitas. Os dois últimos álbuns - “mainstream sellout” e “Tickets To My Downfall” - deverão estar mais presentes, mas os “raps” devem aparecer algures pelo meio. Às 19h30 no Palco NOS.
Também merecem atenção:
Tash Sultana (21h55 no Palco Heineken): A artista australiana tem sido um dos principais tópicos na caixa de comentários do Instagram do NOS Alive. O seu concerto começa durante o espetáculo de QOTSA e os fãs não estão contentes com o facto de terem de escolher um ou outro.
Jesus Quisto (00h35 no Palco Fado Cafe): A banda formada na série da RTP “Pôr do Sol” está a chegar a novos palcos. Pode ser o empurrão que necessitam para no próximo ano estarem no Clubbing ou no Heineken.
Manuel Cardoso (20h45 no Palco Comédia): O humorista português está de férias dos guiões de “Isto É Gozar Com Quem Trabalha” e tem chegado a cada vez mais pessoas através dos seus sketchs na sua conta de Instagram. Diria que podemos esperar algo parecido com isso neste espetáculo.
No Substack do Acho Que Vais Gostar Disto
"Volta à França: No Coração do Pelotão" estreou na Netflix a 8 de junho
Para os entusiastas de ciclismo em particular e para os aficionados do desporto em geral, chegou aquela altura do ano em que o foco está centrado na Volta à França. Altura ideal para pedalar pela série "Volta à França: No Coração do Pelotão" da Netflix e perceber se esta pode ou não fazer pelo ciclismo o que "Drive to Survive" fez pela Fórmula 1.
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Urban [R]Evolution. O NOS Alive da arte urbana
A exposição a cargo da Underdogs e da Everything is New, com curadoria de Pauline Foessel e Pedro Alonzo, tem como objetivo democratizar o acesso à arte, nomeadamente a urbana. Esta reune projetos de alguns dos melhores artistas das últimas décadas no que diz respeito ao movimento da “Street Art”, que começou a ganhar grande preponderância nos EUA no final da década de 70.
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Créditos Finais
O que se passou no mundo da cultura pop
Taylor Swift. A cantautora norte-americana anunciou uma segunda data em Portugal. (SAPO24)
Harry Potter. Perca-se a esperança, pois Daniel Radcliffe não se vê a regressar ao universo do famoso feiticeiro. (EW)
Parabéns, Tom Cruise! O ator admitiu que gostava de continuar a fazer Missões Impossíveis até aos 80 anos (fez 60 no dia 3 de julho). No fundo, como Harrison Ford fez agora com Indiana Jones. (Variety)
Quentin Tarantino. Eis duas listas: a primeira, tem 55 filmes que o realizador recomenda (IndieWire). A segunda, 32 filmes de que não gosta particularmente (IndieWire).
Alicia Vikander & Lisboa. A atriz sueca, que ganhou um Óscar por “A Rapariga Dinamarquesa” em 2016, explicou em entrevista porque se mudou há cinco anos para Portugal. (The Hollywood Reporter)
Sex Education, No More. Acabaram-se as aulas de educação sexual. A gigante do streaming anunciou que a quarta temporada será a última. (The Hollywood Reporter)
Insólito. "Rock in Rio" obrigou o "Rock in Rio Febras", em Briteiros S. Salvador, concelho de Guimarães, a mudar de nome. (SAPO24)
Barbie & Pés. Utilizar CGI para retocar os pés de Margot Robbie para serem iguais aos da boneca? Nada disso. (The Project)
Let’s Look at the trailer
Killers of the Flower Moon (Cinema + Apple TV+). Leonardo DiCaprio, Robert DeNiro, Brendan Fraser, Martin Scorsese. É preciso escrever mais alguma coisa para clicar ali no link e ver o novo teaser? Estreia a 19 de outubro.
Sex Education (Temporada 4, Netflix). Otis Milburn e companhia vão voltar para acabar de vez com as suas consultas. Estreia dia 21 de setembro.
A melhor maneira de celebrar 60 anos de Tom Cruise? Com um vídeo de do próprio a correr em modo Missão Impossível desde 1996, pois claro (trata-se de uma compilação oficial, não é de fãs).