No último episódio do podcast Acho Que Vais Gostar Disto, João Dinis e Miguel Magalhães falam sobre um dos filmes mais aguardados do ano:“Killers of the Flower Moon”, de Martin Scorsese. O aclamado realizador junta Leonardo DiCaprio e Robert De Niro à surpreendente Lily Gladstone para contar a história da Nação Osage nos anos 20 do século XX.
Ouve aqui episódio de “Killers of the Flower Moon”
"Assassinos da Lua das Flores", ou "Killers of the Flower Moon" no original, é um western épico passado nos anos 1920. Baseado em eventos reais, adapta o livro homónimo de David Grann (jornalista da New Yorker e autor de “A Cidade Perdida de Z”, entre outros) numa história de crime, ganância, traição, e que reflete a ambição daqueles que já têm tudo, mas que querem sempre mais — e que não olham a meios para aumentar a sua riqueza.
O filme, tal como livro que o inspira, segue o rasto dos assassínios de pelo menos 60 membros da Nação Osage. Uns mortos a tiro, outros envenenados, outros espancados. E os que tentavam encontrar respostas e investigar os casos acabavam também por desaparecer.
Sem explicações ou alguém que os ajudasse, os Osage recorreram ao recém-criado Bureau de Investigação (BI). E o que o livro de David Grann revela, além de que o petróleo estava infiltrado no próprio BI e até na Casa Branca, é que este caso levou à criação do FBI moderno. (Para quem tiver curiosidade, no site do FBI estão disponíveis os documentos originais da investigação, um artigo com a história do caso e até um episódio do podcast dedicado aos assassínios dos Osage.)
Contexto importante: a população mais rica per capita do mundo nesta altura do século XX não vivia em Nova Iorque ou Paris. Vivia no Oklahoma, nos EUA, e era a tribo dos índios Osage. Cerca de 2000 Osage, do dia para a noite, viram-se mergulhados num poço de riqueza depois de ter sido descoberta uma imensa jazida de petróleo debaixo da sua terra — terra que lhes foi atribuída quando deslocados do seu território original.
No filme, Scorsese não se foca tanto na parte da investigação como David Grann o faz no livro. Contratando uma equipa de consultores nativo-americanos para retratar a época da forma mais fidedigna possível, o cineasta conta-nos a história dos assassínios através da relação amorosa de Mollie Kyle (Lily Gladstone), uma de quatro irmãs de uma família Osage milionária, e Ernest Burkhart (Leonardo DiCaprio), um homem branco recém-regressado da Primeira Guerra Mundial. Há ainda William Hale (Robert De Niro), um homem com muitas cabeças de gado que controlava mais uma série de negócios na cidade e mantinha relações próximas com os Osage (até falava a sua língua). Hale ganha dimensão no enredo porque também é tio de Ernest.
Um dos aspectos que mais tem sido falado na versão de Scorsese de "Assassinos da Lua das Flores" é a sua duração: três horas e meia. "Acho que não devemos ter medo de dizer que o filme podia ter menos 30 minutos", afirma João Dinis no nosso podcast, apesar de explicar que não se sentiu aborrecido nem olhou para o telemóvel durante o visionamento. No entanto, considera que "podíamos contar a mesma história em menos 30 ou 45 minutos". Até porque o ritmo durante as três horas é "devagarinho".
Não se pense, contudo, que a opinião acerca do filme é má ou só tem partes menos boas. Pelo contrário. "Os primeiros e últimos quinze minutos são brilhantes", diz Miguel Magalhães. "Os primeiros quinze pelo ritmo e pela forma como introduzem o contexto. Para qualquer pessoa que não tenha noção da realidade nativo-americana e do que é isto dos Nativos Americanos e onde é que está situado, estejas nos Estados Unidos ou na Indonésia, tu naqueles primeiros quinze minutos percebes o que está acontecer na história", conta, lembrando que não se pode dizer o mesmo de "Oppenheimer", elogiando ainda a forma como Scorsese conseguiu também fechar a história.
Quanto às interpretações, elogia-se a consistência de um DiCaprio prestes a fazer 50 anos ("não me lembro de ele ter feito uma personagem tolinha, não te lembras que é ele, está incrível") e dos atores nativo-americanos, especialmente as mulheres da família Kyle. Quanto a DeNiro, a opinião vai ao encontro daquilo que se lê pela Internet: "parece que só se esforça quando é para o Scorsese".
“Assassinos da Lua das Flores” já chegou às salas portuguesas.
Ouve o episódio na Apple Podcasts, Spotify e Popcasts.
Nos Créditos Finais, rubrica de recomendações do Acho Que Vais Gostar Disto que esta semana contou com o apoio do Cinema City, falou-se do filme "Reptile" (Netflix); TIMBRE, o novo álbum de Salvador Sobral; a série "Lessons in Chemistry" (Apple TV+) e dos 100 anos da Disney.
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Créditos Finais
No mundo da cultura pop
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