Neste episódio do podcast “Acho Que Vais Gostar Disto”, a Mariana Santos e o João Dinis vão falar sobre “Depp vs. Heard”, a nova série documental da Netflix que revisita o processo de difamação que opôs Johnny Depp e Amber Heard em tribunal o ano passado. A série coloca os testemunhos dos dois atores lado a lado, ao mesmo tempo que explora a maneira como a Internet mergulhou e viveu intensamente este caso que agitou Hollywood.
Ouve aqui episódio de “Depp v. Heard”
Há sensivelmente pouco mais de um ano, durante seis semanas, Johnny Depp e Amber Heard tomaram conta da Internet. O ex-casal envolveu-se num truculento processo civil em tribunal que virou interesse mundial depois de Depp acusar Heard de difamação devido a um artigo de opinião publicado no The Washington Post. Nesse artigo, a atriz nunca fez qualquer referência direta ao ator de “Piratas das Caraíbas”, mas Depp considerou que o ensaio manchava a sua reputação e quis 50 milhões de dólares de indemnização. Numa contra-acusação, Heard exigiu 100 milhões de dólares, sob a alegação de ter sofrido "violência física e abusos desenfreados" durante o período que estiveram juntos.
O processo judicial foi transmitido de forma integral e em direto no Court TV e no canal Law & Crime do YouTube, o que levou a um escrutínio quase sem paralelo do ex-casal à medida que os pormenores do seu casamento (e divórcio) eram tornados públicos. E durante mês e meio, de 11 de abril a 1 de junho, os media foram acompanhando o caso a par e passo e as redes sociais foram sendo inundadas de vídeos e clips do processo civil, que foram partilhados a uma velocidade alucinante (e muitos retirados de contexto).
Durante este processo de difamação foram chamadas mais de 40 testemunhas e o que não faltam são citações, momentos e intervenções que ficam para a posteridade. O julgamento era a sério e sobre a vida real de duas pessoas reais. Contudo, o mundo estava a viver tudo como se uma série ou reality show se tratasse - e não se poupou na hora de fazer juízos, criar memes e a escolher lados.
Como acontece em qualquer série, há sempre os favoritos (todos do lado de Depp, pois do lado de Heard era tudo ridicularizado). A psicóloga clínica forense Dr. Shannon Curry (a dos muffins) e Alejandro Romero (o porteiro do prédio da Penthouse onde Depp e Heard viveram três anos, que fez o seu testemunho no interior de um carro a fumar cigarros eletrónicos), a julgar pelos comentários dos internautas nas redes sociais, não devem nada em termos de popularidade aos nomes de Hollywood que foram chamados a intervir a favor de Depp (Jason Mamoa ou Kate Moss). Ainda assim, nada que se compare ao fascínio nutrido por Camille Vasquez, a advogada que defendeu com unhas e dentes o seu cliente e que conquistou uma onda de popularidade que certamente a colocou no mapa das estrelas no que às firmas de advocacia concerne.
Mas apresentadas as provas e feitos os testemunhos, era tempo de analisar a roupa suja lavada em plena praça pública. E no fim, Johnny Depp saiu por cima, depois de sete jurados terem decidido a seu favor por unanimidade no tribunal de Fairfax, no estado norte-americano da Virgínia. O júri deliberou e o veredicto ditou que Amber Heard tinha de pagar 15 milhões de dólares ao ex-marido por difamação. (Podem ler o resumo do julgamento aqui.)
Agora, volvido pouco mais de um ano, a Netflix volta a carregar no tema com “Depp vs. Heard”, série documental de três partes (não confundir com outros dois documentários que estão na HBO Max em Portugal — esses são outros). Realizada por Emma Cooper (nomeada para os BAFTA por “O Mistério de Marilyn Monroe: Gravações Inéditas” e para os Emmy por “No Greater Law”), a série examina o processo civil que dominou Hollywood e as suas repercussões online.
Podes ouvir este episódio no Spotify, na Apple Podcasts e nas plataformas habituais.
PS: Só porque hoje é sexta-feira e como pode existir alguém com vontade de dançar, deixamos a sugestão Johnny Depp - Mega Pint (Remix), que nasce na sequência de uma das intervenções mais caricatas e populares em todo o processo.
Nos créditos finais, tal como já sido feito no último episódio do nosso podcast, falámos de algumas sugestões de quem nos ouve. Mais concretamente, foi-nos sugerido que víssemos “Hijack” (Apple TV+) - e assim fizemos! No fim, ainda houve tempo para umas recomendações de fim de semana: “Untold” - novos episódios, “Quarterback” e “Painkiller” (tudo na Netflix) e “Bama Rush” (HBO Max).
Homicídios ao Domicílio / Only Murders in the Building. Os primeiros episódios da terceira temporada já estrearam no Disney+ e como não podia deixar de ser temos umas palavrinhas a dizer sobre esta série protagonizada por Selena Gomez, Steve Martin e Martin Short. O nosso episódio sobre de “Homicídios ao Domicílio” está disponível na Apple Podcasts e no Spotify.
Créditos Finais
Luísa Sobral no É Desta Que Leio Isto. O clube de leitura da MadreMedia está de regresso depois de um período de férias. Luísa Sobral, cantora e compositora, é a convidada desta rentrée e traz uma sugestão que mistura música e literatura: Patti Smith. Para se inscrever no encontro basta preencher o formulário que se encontra neste link.
Duna: Parte II. A continuação da história de Paul Atreides (Timothée Chalamet) foi adiada para 2024 devido à greve dos atores/argumentistas em Hollywood. A nova data para chegar aos cinemas é no dia 15 de março do próximo ano. (Variety)
The Crown. Os produtores da série garantem que filmaram a morte de Diana com a “maior das sensibilidades”. “A série pode ser grande e espalhafatosa, mas nós não”. (Deadline)
The Last of Us. Spin-offs? O criador Craig Mazin, por “princípio”, está aberto à possibilidade (The Wrap). Em março, a atriz Merle Dandridge (Marlene) também afirmou que estaria disposta a explorar o passado e a amizade da sua personagem com Anna, a mãe de Ellie (Anna é interpretada por Ashley Johnson na série, a Ellie nos videojogos).
Morreu Windham Rotunda. A estrela do wrestling tinha 36 anos. A notícia foi avançada por Paul Levesque, conhecido por Triple H, um dos responsáveis da WWE. (SAPO24)
The Blind Side. Depois de Michael Oher ter feito queixa em tribunal - que desmente a versão da sua adopção representada no filme -, os produtores vieram defender a autenticidade de tudo o que é retratado. (Variety)
50 anos de hip-hop. Das festas de bairro em Brooklyn à glória mundial, alguns dos maiores nomes do hip-hop partilharam os seus highlights pessoais de cinco décadas de rap, rebelião e de estrelato. (The Guardian)
And Just Like That... Foi uma participação de apenas 71 segundos, mas Kim Cattrall (Samantha) voltou a deixar a sua marca no universo de “O Sexo e a Cidade”. (The Guardian)
Barbie. O filme de Greta Gerwig é oficialmente o número #1 da bilheteira nos EUA em 2023. (Variety)
Operação de Resgate 2. O filme de Chris Hemsworth entrou no TOP 10 dos mais vistos da Netflix. Vê a lista completa aqui.
Let’s look at the trailer
FOE (Cinema). Saoirse Ronan (“Lady Bird”) e Paul Mescal (“After Sun”, “Normal People”) protagonizam o novo filme do realizador de “Lion - A Longa Estrada Para Casa”. PS: Para quem viu o trailer… sim, também achámos que se assemelha muito a um dos episódios da última temporada de “Black Mirror” (da qual já falámos no nosso podcast). Nos cinemas em outubro.
Flora and Son (Apple TV+). Produção irlandesa, que segue uma jovem mãe solteira que tenta reconectar-se com o filho adolescente através da música. Com Eve Hewson (“Por Trás dos Seus Olhos”, “Bad Sisters” e filha de Bono Vox) e Joseph Gordon-Levitt. Estreia no dia 29 de setembro.
EXPEND4BLES (Cinema). O gangue de Sly está de volta! Agora, com o trailer +18. Além de Stallone, fazem parte do elenco Jason Statham, Curtis “50 Cent” Jackson, Megan Fox, Dolph Lundgren, Randy Couture e Andy Garcia (entre outros). Estreia em 21 de setembro.
Rebel Moon (Netflix). Épico de ficção científica de Zack Snyder (“300”), que vai ser dividido em duas partes. A primeira (“A Child of Fire”) estreia em 22 de dezembro e a segunda (“The Scargiver”) será lançada a 19 de abril de 2024.
Reptile (Netflix). Filme sobre um misterioso homicídio com Benicio Del Toro, Justin Timberlake e Alicia Silverstone.
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