As 13 nomeações alcançadas por “Emilia Perez” para os Óscares lançaram uma série de discussões. Sobre o mérito do filme, se de facto merece toda essa atenção e a comparação tanto com os projetos com que vai competir como com outros que ficaram de fora das considerações da Academia em Hollywood. Nada é garantido, mas tudo indica que o filme realizado por Jacques Audiard é o principal favorito a levar a principal estatueta para casa. Nesta edição, não vamos fazer uma review ao filme, mas sim relembrar cinco que mereceram um tipo de crítica semelhante, não quando foram nomeados, mas quando ganharam. Foram todos lançados nos últimos 30 anos.
Shakespeare in Love (1998) | 7.1 no IMDb
O filme contava com um elenco, hoje cheio de estrelas, na altura recheado de promissores atores a aparecer na ribalta: Gwyneth Paltrow, Joseph Fiennes, Ben Affleck e Colin Firth, acompanhados por veterenos como Geoffrey Rush e Judi Dench. Produzido por Harvey Weinstein, entretanto caído desgraça, “Shakespeare in Love” não é um mau filme, mas está longe de ser tão memorável como outros dois com quem dividiu os holofotes na cerimónia dos Óscares de 1998: “O Resgate do Soldado Ryan” de Steven Spielberg e a “A Vida é Bela” de Roberto Benigni, que são filmes que perduraram mais no tempo e com um impacto maior na História do Cinema. Tanto um como o outro entraram naquela categoria de visualização obrigatória pelo menos uma vez na vida. O mesmo não se pode dizer do filme sobre o autor de “Hamlet”. Uma tragédia.
Chicago (2002) | 7.2 no IMDb
Ter Richard Gere, Catherine Zeta-Jones e Renée Zellweger é um bom cartão de visita para qualquer filme, especialmente no início dos anos 2000. No ano em que ganhou o Óscar de Melhor Filme, há mais de trinta que não havia um musical a levar a principal estatueta para casa e esse pode ter sido fator decisivo para a sua vitória. Em 2002, foi à luta com filmes como “Gangues de Nova Iorque” de Martin Scorcese com Leonardo DiCaprio, com “O Pianista” de Roman Polanski com Adrien Brody e ainda com “As Duas Torres”, o segundo capítulo da saga de O Senhor dos Anéis. É pior do que estes filmes? Tem certamente uma aura diferente e estará mais atrás em termos de ranking. Hoje, talvez o resultado fosse diferente.
Crash (2006) | 7.7 no IMDb
Este é daqueles que gerou mesmo discussão à séria. 2006 não foi um ano de candidatos óbvios ao Óscar de Melhor Filme, mas parecia haver uma certeza entre os principais críticos de cinema: “Crash” não era um deles. No entanto, foi integrado na categoria, rivalizando com “Capote”, protagonizado por Phillip Seymour Hoffman, “Brokeback Mountain” com a dupla Jake Gyllenhaal e Heath Ledger, e “Munique”, realizado por Steven Spielberg. Fora dos nomeados ficaram filmes como “King Kong”, “O Fiel Jardineiro” e “As Crónicas de Nárnia”, por isso, não foi mesmo por falta de escolha. A vitória do filme de Paul Haggis acabou por surpreender tudo e todos, mas hoje arriscamos dizer que ninguém tem muita vontade de o ver. Nem ao domingo.
The Shape of Water (2017) | 7.3 no IMDb
Mais de uma década depois, a categoria de Melhor filme já tinha uma “ligeira” alteração. Em vez de cinco nomeados, havia agora espaço para dez, o que significava menos margem para injustiças. Ou assim devia ser. “The Shape of Water”, produzido e realizado por Guillermo del Toro, tinha a seu favor ser o filme mais peculiar, apresentando-se como uma história de amor entre um anfíbio e uma mulher. Mas estava ao lado de filmes como “Get Out”, “Three Bilboards Outside Missouri” ou “Dunkirk”, que apesar de seguirem um padrão mais típico de Hollywood, tinham o que era necessário para serem candidatos mais óbvios. Às vezes, vale a pela ser o filme mais estranho.
Green Book (2018) | 8.2 no IMDb
Para fechar, vamos terminar numa toada mais positiva. “Green Book” é um bom filme e uma boa história. Viggo Mortensen e Mahershala Ali fazem uma ótima dupla como motorista branco e pianista negro nos anos 60 e tudo o que isso implicava no contexto político e social dos EUA nessa altura. O problema é que tudo indicava que 2018 era o ano de “A Star is Born”. O clássico de Hollywood foi readaptado e protagonizado por Bradley Cooper, que escolheu Lady Gaga como parceira (e bem) e juntos produziram inclusive o principal hit musical do ano com “Shallow”. Mas mesmo assim, não foi suficiente.
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