Acho Que Vais Gostar Disto: Falta alguém a dizer f***ing lá para o meio
Já aguentámos 346 dias de 2020, já só faltam 20. Mantém-te forte desse lado, estamos quase a conseguir ultrapassar este ano maldito. Hoje, falo de um argumentista subvalorizado, de um acidente trágico e do mundo criminoso de Londres. Três sugestões para leres já de seguida!
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O homem que escreveu “Citizen Kane”
“You cannot capture a man’s entire life in two hours,
all you can hope is to live the impression of one”
É uma frase de Herman Mankiewicz, que foi o alvo do último do projeto mais recente do realizador David Fincher (“House of Cards”, “A Rede Social”). “Mank” estreou na semana passada na Netflix e é um filme biográfico que acompanha um período da vida do homem que foi o co-autor de um dos clássicos da Sétima Arte, juntamente com Orson Welles (ou pelo menos assim se pensou).
Mank sempre foi considerado um argumentista prodigioso, mas os seus excessos e visões políticas (mais deslocadas para a esquerda do que aquilo de que os americanos gostam) levaram-no a ter uma carreira menos famosa do que aquela que provavelmente merecia. Após conseguir criar incompatibilidades com praticamente toda a gente em Hollywood, Mank tem uma última oportunidade para se redimir ao ser o argumentista escolhido por Welles, depois de este receber carta branca do seu estúdio para fazer o filme que quisesse.
Filmado a preto e branco, “Mank” acontece em dois períodos temporais que se vão desenvolvendo em paralelo: um que acompanha aquilo que foi o processo de escrita de “Citizen Kane” em 1940 e outro composto por flashbacks de Mank durante os anos 30, naquilo que foi a sua decadência entre os senhores que mandavam na indústria do cinema.
Lição de História: em 1942, "Citizen Kane" foi nomeado para 9 Óscares dos quais ganhou apenas um - o de melhor argumento original - cujos créditos Mank teve de dividir com Orson Welles devido ao contrato que tinha assinado numa altura em precisava do dinheiro.
Elenco de luxo: conta com Gary Oldman, mais conhecido pelo seu papel como Sirius Black em “Harry Potter” obviamente, que protagoniza Mank e ainda com Amanda Seyfried (“Mamma Mia”), Lily Collins (“Emily in Paris”) e Charles Dance (“The Crown”, “A Guerra dos Tronos”).
Decidir sempre bem, com uma exceção
Quem tinha saudades de ver Bryan Cranston (“Breaking Bad”) a enfrentar dilemas morais complicados? Em “Your Honor”, cujo primeiro episódio estreou esta semana na HBO Portugal, ele é um juiz com uma merecida reputação que é colocado numa posição complicada pelo seu único filho.
Num trágico acidente, o rapaz passava de carro num bairro problemático, quando deu por si a ser perseguido por um grupo de gangsters. Assustado, começou a ter um ataque de pânico e de asma. Como não tinha a bomba de oxigénio à mão nem podia simplesmente parar o carro, distraiu-se por uma fração de segundo ao volante, enquanto tentava encontrá-la, e atropelou um jovem da sua idade que ia na sua nova mota que tinha acabado de receber como prenda de anos.
Em choque com toda a situação, acaba por fugir do local do acidente e contar o que aconteceu ao pai quando este chega a casa. Fiel aos seus princípios, o juiz decide inicialmente entregar o filho à polícia, mas muda rapidamente de posição quando descobre que o jovem que perdeu a vida era filho do maior mobster (como quem diz mafioso) da cidade. O perigo que o filho enfrenta é bem maior do que uma pena de prisão e por isso faz de tudo para encobrir provas que o possam ligar ao sucedido. Problema? A bomba de oxigénio ficou no local do acidente.
Semana em semana: como habitualmente, a HBO vai disponibilizar um episódio por semana, num total de dez.
No submundo de Londres
Levante o braço quem tem saudades de ver Tommy Shelby em “Peaky Blinders” ✋
Devem ser várias pessoas, porque houve alguém em Terras de Sua Majestade que se lembrou de fazer uma série que tenta replicar um pouco o ambiente que a popular série inglesa conseguiu nas suas seis temporadas.
“Gangs of London” decorre nos dias de hoje, no submundo de Londres, controlado por uma organização criminosa, composta por máfias de diferentes origens, para a qual a única cor que interessa é a do dinheiro. Tudo se complica quando o líder desta organização aparece morto num bairro problemático, levando a uma espiral de desconfiança que coloca em risco os negócios dos quais as diferentes “famílias do crime” dependem.
Ao leme do gangue, está agora Sean, filho do falecido líder, cuja única preocupação é encontrar quem foi o responsável pelo que aconteceu ao pai. Esta instabilidade leva a que um agente secreto veja uma janela de oportunidade para se infiltrar na organização e encontrar formas de a desmascarar, trabalhando de dentro e descobrindo os seus pontos fracos. Infelizmente, a organização não tem um nome catchy que pode ser intercalado com um f***ing, mas o suspense está todo lá.
Caras conhecidas: Sean é protagonizado por Joe Cole (que era John Shelby em “Peaky Blinders”) e a sua mãe é representada por Michelle Farley, conhecida pelo seu papel como Catelyn Stark em “A Guerra dos Tronos”.
Outra a caminho: os 10 episódios da série estão disponíveis na HBO Portugal e a segunda temporada já está a ser desenvolvida.
Créditos Finais
Meryl is back: realizado por Steven Soderbergh, o novo filme protagonizado por Meryl, “Let Them All Talk”, estreou esta semana na HBO Portugal.
Nova surpresa: Taylor Swift surpreendeu os seus fãs com mais um lançamento de álbum inesperado. “Evermore” ficou disponível esta sexta-feira e é o sucessor do aclamado “folklore”.
Já que falamos de música: estes foram os 50 melhores álbuns do ano para a Pitchfork. Tal como nos Grammys, também aqui o The Weekend ficou de fora dos escolhidos.
Já que estamos numa de listas: Estas foram as melhores séries de cada mês para o IMDB. Pelo menos aquelas que geraram mais discussão e zuns-zuns nas redes sociais.
O maior sucesso do Natal? Era um dos jogos mais antecipados de 2020 e, após sucessivos adiamentos, “Cyberpunk 2077” já está disponível para compra. Este trailer, protagonizado por Keanu Reeves (que dá cara a um dos protagonistas do videojogo), leva-nos a acreditar que vai ser um sucesso de vendas no Natal.
Como foi o ano da Netflix? A plataforma de streaming partilhou os seus conteúdos de maior sucesso do ano aqui.
Novidades da Disney: na quinta-feira, a empresa do Mickey anunciou o seu plano de lançamentos até 2024. Vão ser muitos filmes e séries do universo da Marvel e do Star Wars (mas não só). Descobre neste artigo da Polygon tudo o que vai estrear.
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