Acho Que Vais Gostar Disto: Beber demais dá nisto
Gostava de poder dizer que este vai ser um fim de semana diferente, mas na realidade tudo continua na mesma. A nossa sorte é que continuam a estar coisas boas nos ecrãs lá de casa para nos entreter. Hoje, falo de uma série com uma cara difícil de esquecer, de um filme divertido e de uma série sobre o que pode ser o futuro do amor. Para leres já de seguida!
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Problemas de aterragem
Ontem, estreou “The Flight Attendant”, na HBO Portugal, uma série que, apesar de ter uma premissa gira, pode fazer-te demorar alguns minutos até que te habitues. Não por se revelar má, mas porque a personagem principal é protagonizada por Kaley Cuoco que, durante 12 anos, apareceu nos nossos ecrãs como Penny em “A Teoria do Big Bang”. Será impossível para alguém que tenha acompanhado minimamente a famosa sitcom descolar logo da popular personagem. Mas vamos à história.
Cassie era uma hospedeira de bordo nos seus trintas, bastante satisfeita com a sua vida. O seu trabalho permitia-lhe conhecer o mundo e ter um estilo de vida descontraído em que não tinha grandes responsabilidades e onde podia fazer o que quisesse, com quem quisesse. Num dos seus voos de trabalho, em direção a Banguecoque, conhece um empresário com o qual “engraça” e que lhe dá o seu contacto se ela quiser passar consigo algum tempo da sua estadia na Tailândia. Ela acaba por fazê-lo e estes veem-se envolvidos num clima de romance em que vão passear, jantar juntos (com bastantes bebidas à mistura) e, eventualmente, partilhar a mesma cama.
Numa manhã, quando Cassie acorda, o empresário está morto deitado ao seu lado e esta não se recorda de praticamente nada da noite anterior devido a um “blackout” causado pela bebida. O pânico da situação leva a que decida limpar qualquer vestígio seu e seguir para a sua próxima viagem, deixando o seu amante morto no hotel. Contudo, apesar de o seu corpo ter saído daquele cenário, a sua mente continua a regressar lá constantemente e a hospedeira tem conversas imaginárias com o empresário falecido para tentar lembrar-se do que terá acontecido.
Será que foi mesmo ela a culpada? Alguém a incriminou? À medida que vai procurando provas e parecendo mais culpada para o FBI, que já está a investigar o caso, as respostas podem estar numa mulher misteriosa da qual tem uma memória turva no hotel em Banguecoque. Beber demais dá nisto.
Do livro para o ecrã: a série é baseada numa obra com o mesmo nome da autoria de Chris Bohjalian, lançada em 2018.
Penny no seu melhor: para já os críticos têm elogiado a prestação de Kaley Cuoco e a capacidade de evoluir para algo diferente daquilo a que nos tinha habituado.
Na agenda: depois de três episódios lançados nesta quinta-feira, dois serão lançados na próxima e seguidos por mais dois na seguinte, com o episódio final a ser lançado no dia 17 de dezembro.
Ligeiramente melhor que o Monopólio
Para quem tem irmãos, é sabido que a competitividade é algo que faz parte em qualquer coisa que façam, seja na escola, seja no emprego que conseguem, seja nos jogos que em criança jogavam um contra o outro. “Game Night” foi um filme meio de ação, meio de comédia lançado em 2018 e conta a história de uma noite de jogos entre amigos, mas da qual o Monopólio ou o Trivial Pursuit não fizeram parte. Max e Annie conheceram-se numa “quiz night” num bar e desde aí criaram o ritual de organizar em sua casa uma série de serões de jogos onde podiam pôr em prática a sua competitividade e colocar a conversa em dia com os seus amigos mais próximos (normalmente casais).
A noite de jogos na qual o filme se baseia ia ser diferente daquilo a que estavam habituados: por um lado, estavam chateados por ser em casa do irmão super bem-sucedido de Max do qual ele tinha alguma inveja; por outro, estavam mais descansados, pois não tinham de esconder mais um serão do seu vizinho estranho que insistia em perguntar quando seria a próxima noite de jogos. Mas então o que seria diferente desta vez? O irmão de Max contratou uma empresa especializada em organizar raptos fictícios com o objetivo de criar uma competição em que ele seria raptado e esperaria para ver que casal o encontrava primeiro. Para isso, deixava uma série de pistas espalhadas por sua casa que os casais teriam de descobrir e interpretar para o “salvar”. O vencedor levava o seu carro desportivo para casa que, só por acaso, era o carro de sonho do seu irmão.
O problema? Aquilo que parece ser uma brincadeira, rapidamente se mistura com um rapto a sério que coloca em risco a vida do irmão, de Max, de Annie e dos seus amigos. Em vez de contarem queijinhos, vão-se ver envolvidos numa situação de fuga e perseguição a mafiosos que, surpreendentemente, os vai levar a descobrir mais uns sobre os outros.
Elenco de luxo: o filme é protagonizado por Jason Bateman (“Ozark”), Rachel McAdams (“The Notebook”), Kyle Chandler (“Friday Night Lights”), entre outros.
Onde ver: os 100 minutos de boa diversão, podem ser vistos na HBO ou alugados no YouTube.
A vantagem de ter a certeza
E se houvesse um teste clínico que permitisse descobrir a nossa alma gémea? É neste cenário muito a la “Black Mirror” que se desenrola a série “Soulmates” que estreou há poucas semanas no canal AMC. No ano de 2023, uma empresa chamada Soul Connex desenvolveu uma tecnologia que permite encontrar em cada ser humano a partícula da alma que, aparentemente, é partilhada por duas pessoas que estão destinadas a ficar juntas. Feito o teste, a empresa limita-se a ir à sua base de dados e a juntar as pessoas que partilham a partícula da mesma maneira que o Tinder junta pessoas que fazem “swipe right” uma na outra.
Então, no primeiro episódio, à medida que cada vez mais pessoas vão realizando o teste (casados, solteiros, velhos, novos, heterossexuais e homossexuais) na procura do amor verdadeiro, um casal que se conheceu na universidade e que está junto há 15 anos começa a ver a sua relação desmoronar, como tantas outras à sua volta, com dúvidas de se serão mesmo a pessoa certa um para o outro.
A série acaba por ser uma reflexão sobre o impacto que a tecnologia e os avanços na ciência podem ter no amor e nas relações íntimas que as pessoas escolhem ter. No enredo, as “almas gémeas” quase que nem perdem um café para se conhecer e, mais semana menos semana, há casório marcado porque a ciência e a sua biologia já lhes deram a garantia de que aquela é a pessoa ideal para o resto da sua vida. Pode soar tudo muito estranho e peculiar, mas será que estamos assim tão longe de uma realidade como esta?
Isto faz-me lembrar algo: quando disse que isto era uma série a la “Black Mirror” não foi por acaso. Não só a série é escrita por Will Bridges, que foi um dos argumentistas da famosa série, como existe este episódio, que pode ser considerado como uma inspiração para “Soulmates”.
Uma antologia: isto significa que em cada um dos seus seis episódios vão aparecer novas personagens a representar novas narrativas dentro do mundo de “Soulmates”.
Créditos Finais
Lançamentos Musicais: o grande lançamento do dia foi o novo álbum da Miley Cyrus intitulado “Plastic Hearts”.
O melhor contador de histórias: num vídeo de 18 minutos no Instagram, o humorista Dave Chapelle partilhou como é que o seu programa de maior sucesso acabou nas mãos de uma estação que continua a lucrar com o seu trabalho sem que este veja um cêntimo. Vê aqui.
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