Acho Que Vais Gostar Disto: Esta é mais que uma simples traição 💔
Mais uma edição da newsletter, mais algumas sugestões de coisas que eu acho que tu vais gostar. Hoje, falamos do mundo quase secreto dos amantes de sapatilhas, de uma série australiana que podia ter sido escrita hoje e de outra que nos mete as emoções à flor da pele. Mas antes de prosseguir: já participaste no nosso passatempo? Não sabes do que estou a falar? Já te explico a seguir.
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É proibido dizer que são SÓ uns ténis
“O Sexo e a Cidade” mostrou-nos o amor de Carris Bradshaw por sapatos, “Gossip Girl” abriu os nossos horizontes para as diferentes combinações de acessórios e em “Clueless” ficámos a perceber a importância de combinar as peças certas para um outfit impecável. Agora, num tom mais urbano, “Sneakerheads” dá a conhecer um mundo que para muitos é desconhecido, e que acaba por ser muito maior do que aquilo que aparenta.
Se, quando eu te falo do maravilhoso universo das sapatilhas, pensas naqueles giros que viste na montra do shopping há uns dias e que ficavam muito bem com aquela tua camisola nova, esquece tudo isso. Estou a referir-me a paredes cheias de ténis valiosos, raros, que provocam filas de espera intermináveis à porta de lojas ou através da internet, com pessoas que não têm qualquer garantia de que vão sair de lá com o seu par. Falo também de modelos que custam dezenas e centenas de milhares de euros (sim, acredita, leste bem). Ah, e é ainda importante referir que, muitas vezes, falamos de pares de ténis que acabam por nunca sair da caixa.
Voltando à série: A personagem principal é Devin (Allen Maldonado), um homem adulto, com família, filhos e responsabilidades, que, por muito que tente, não consegue resistir ao drip de uns bons ténis. Num momento de “fraqueza”, reencontra na fila para uma loja o seu amigo de longa data, Bobby (Andrew Bachelor), que é um especialista em arranjar esquemas e em livrar-se de responsabilidades. A eles, juntam-se Nori (Jearnest Corchado), uma pro que não falha um drop (nome dado ao “evento” de lançamento de um modelo, onde os interessados podem tentar a sua sorte), e Stuey (Matthew Josten), um nerd que quer pertencer ao grupo da malta cool e que tem demasiado dinheiro para investir num mundo que pouco conhece.
“Sneakerheads” é uma comédia um tanto ou quanto previsível, que obedece à fórmula de “um grupo diverso e um tanto ou quanto caótico que quer chegar a um fim e que, pelo meio, enfrenta uns quantos obstáculos”. No final de contas, os seis episódios, que estão disponíveis na Netflix, valem a pena pela espreitadela que nos dão pelo buraco da fechadura deste mundo não tão conhecido.
Os míticos Zero: Uma das principais peripécias que dão vida à série é mais um dos esquemas impingidos por Bobby, que mete o grupo todo à procura de uns ténis raríssimos que ninguém sabe muito bem se existem ou não, os “Zeroes”. Será que são reais? Neste artigo da Input podes perceber melhor como é que a ficção foi influenciada pela realidade.
Os gostos das personalidades mais conhecidas que também se assumem como sneakerheads podem ser vistos no programa “Sneaker Shopping” da Complex. No episódio mais recente, o host Joe La Puma recebeu o primeiro convidado de todos, o rapper Jim Jones, que regressa num episódio especial
Ainda não acabaram as recomendações: A Complex é o paraíso do conteúdo para os amantes de ténis. Espreita os episódios de “Sneaker Stories” ou de “Sneaker Battles”.
Quem não adora uma boa personagem constrangedora?
A próxima série de que te venho falar estreou em 2013, ou seja, há sete anos. Podemos tirar um momento do nosso dia para assimilar que 2013 já foi há sete anos? Parece que foi ontem. E quem vê “Please Like Me”, poucas pistas tem de que aquele não foi um enredo escrito nos dias de hoje.
Se há quem diga que não se brinca com coisas sérias, “Please Like Me” brinca com tudo o que são assuntos pesados. A personagem principal, Josh, descobre, ao fim de poucos minutos do primeiro episódio, que é homossexual, depois de a sua namorada terminar a relação por não ter qualquer dúvida na sua falta de atração por mulheres. No mesmo dia, Josh envolve-se pela primeira vez com um homem e, ao mesmo tempo que tenta processar tudo o que está a acontecer com o seu lado sentimental, o lado familiar não parece estar muito melhor.
Para além de ter pais divorciados, a sua mãe foi internada no hospital depois de uma tentativa de suicídio, diagnosticada com vários distúrbios mentais, e o seu pai não consegue respeitar a distância e insiste em estar sempre presente. Forçado a assumir o papel de filho responsável, Josh acaba por ir morar novamente com a mãe, enquanto se tenta afirmar e adaptar à sua nova realidade.
E como é que o jovem lida com tudo isto? Com uma postura ao bom estilo cringe, com várias saídas sarcásticas e comentários com um humor muito próprio. Mais do que ser apenas uma série sobre um jovem cuja vida parece andar constantemente de pernas para o ar, “Please Like Me” fala sobre a autodescoberta e sobre a forma como um jovem de 21 anos enfrenta o mundo caótico à sua volta, num estilo muito Geração Z.
Josh, escrito por Josh e interpretado por Josh: Quem vê a ficha técnica da série percebe que o humorista Josh Thomas é a grande mente por detrás do conceito e da execução. Para além de interpretar a personagem principal, recebe ainda os créditos de criador, escritor e de produtor de “Please Like Me”.
Não pode ser só inglês de US ou de UK: “Please Like Me” é uma série australiana, lançada originalmente na ABC2, na Austrália. Chegou agora à Netflix para o seu contributo à lista de sotaques cativantes.
Uma série que nos deixa os nervos à flor da pele
Gostar de uma série não é ver um episódio hoje, outro amanhã, outro na próxima semana. Gostar muito de uma série não é chegar ao fim da temporada feliz porque acabou tudo bem. Gostar de uma série é viver dentro da série através de um ecrã. É odiar e amar personagens, é querer tanto desvendar os mistérios como os próprios lesados do drama, é saber apontar os “erros” que quem escreveu o guião cometeu e é começar a planear aquilo que se vai passar na próxima temporada ainda antes de esta ser confirmada. A minha terceira sugestão de hoje é, definitivamente, uma série de que gosto muito.
Desde que saiu, em 2014, na Showtime, que acompanho esta série, nem sempre pelas vias mais eticamente corretas. Mas agora, que chegou à HBO, posso finalmente recomendar-te que vejas, ou revejas, “The Affair”. Faz o que eu digo, não faças o que eu faço, não é?! Mas, afinal, que série é esta que me deu cabo da cabeça e me tirou noites de sono em sessões de binge, enquanto maquinava explicações para os acontecimentos na minha cabeça? Conta com cinco temporadas, mas o melhor é mesmo começar pelo princípio.
Noah e Helen Solloway, interpretados por Dominic West e Maura Tierney, respetivamente, são um casal de meia idade, com uma vida estável e com quatro filhos, que vive a sua rotina pacata em Nova Iorque. Ele é um escritor frustrado pelo sucesso do primeiro livro e pela falta de inspiração para o próximo. Ela é uma mulher ocupada, que dá o seu melhor para se desdobrar em todas as funções. No verão, decidem ir passar uma temporada a Long Island, a casa dos abastados pais de Helen, numa esperança de reatar a chama da relação, ao mesmo tempo que passam tempo em família.
Em Long Island, a família Solloway cruza-se com Alison Bailey (Ruth Wilson), também ela casada, e assim se desencadeia um dos poucos acontecimentos que já sabemos à priori, o caso extraconjugal entre Noah e Alison. Mas manter um caso fora do casamento num sítio pequeno onde todos se conhecem não é dramático o suficiente. Por isso, ao longo dos episódios assistimos a vários acontecimentos que vão cruzar as duas famílias e a parte mais intrigante são as diferentes versões de Noah e Alison, que dão o seu melhor para não parecer culpados, sem grande sucesso.
Quase tudo na HBO: Atualmente a plataforma de streaming disponibiliza as primeiras quatro temporadas e a quinta tem estreia marcada para dia 7 de outubro. Pela frente tens mais de 50 episódios.
Uma série galardoada: Três Globos de Ouro, um deles para Melhor Série Dramática, em 2015, e uns quantos outros prémios e nomeações relevantes na indústria já são só por si uma boa referência.
Bem te quero, mal te quero: “The Affair” é uma série que se vai revelando ao longo dos episódios, fazendo com que o enredo se torne cada vez mais complexo e abrindo espaço para reviravoltas que nos fazem mudar completamente de ideias em relação a cada uma das personagens
Vamos ao que interessa… o passatempo Acho Que Vais Gostar Disto
Para celebrarmos a edição número 50 da nossa newsletter, lançámos um passatempo que vai decorrer durante todo o mês de outubro no qual te podes habilitar a GANHAR 1 ANO DE NETFLIX (com dois cartões de oferta de 50 euros)!
Para participares, basta ires a este link e fazeres três coisas:
Subscrever a newsletter (para muitos o primeiro passo está feito)
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Responder à pergunta "Se só pudesses ver uma série o resto da tua vida, qual seria e porquê?"
Quem sabe se, no próximo ano, até não és tu a fazer-nos as recomendações!
Nota: a Netflix não patrocina o passatempo, nem tem qualquer tipo de afiliação à newsletter.
Créditos Finais
Um cover que vive na minha cabeça em modo loop: Não sei se já te cruzaste com a adaptação da música “Heart of Glass”, um original dos Blondie, feita por Miley Cyrus na atuação no iHeartRadio Music Festival 2020. Vê aqui. Mas esta não é a primeira vez que Miley faz covers de hits de décadas passadas. Já o tinha feito anteriormente com “Jolene”, da Dolly Parton, por exemplo.
Movimentos nos calendários do cinema: Alguns filmes vão sair antes do previsto e outros foram adiados. A verdade é que a pandemia trouxe várias alterações para a indústria de Hollywood, e nem todas são más. Neste artigo da Variety podes ver algumas das mudanças.
Uma cápsula do tempo na internet: Já passou a altura em que podias enterrar uma caixa no jardim com uma carta para o teu “eu” de 2030. Agora, ao bom estilo digital, podes fazê-lo através do site FutureMe. Podes definir objetivos, fazer perguntas ou escrever uma entrada, como num diário. Depois é só escolheres a data em que queres receber no teu email e aguardar pela reação do teu futuro eu.
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