Elas mataram e fugiram, e nós percebemos o porquê
O meu nome é Mariana Falcão Santos e nesta edição de “Acho Que Vais Gostar Disto” vamos falar de três séries diferentes. Na primeira, percebemos a causa que aproxima de três crimes em décadas diferentes. Depois, é hora de falar de música e de desvendar o mistério por detrás de vários hits. Para terminar em grande, há uma série sobre fugas em altura de crise de identidade. Curioso? É ler já de seguida.
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Ainda dizem que eles e elas não são todos iguais
O que é que têm em comum uma dona de casa nos anos 60, uma socialite nos anos 80 e uma advogada nos dias de hoje? Há, pelo menos, duas respostas possíveis: todas moraram na mesma mansão e todas mataram os respetivos companheiros. Nos três casos, o crime foi motivado pela infidelidade.
Esta é a premissa de “Why Woman Kill”, uma produção original do serviço de streaming americano CBS All Access. Ao longo de 10 episódios, a série mistura comédia, crime e drama, transporta-nos entre as diferentes gerações e tenta mostrar que estas mulheres tiveram uma justificação para cometer o crime.
Ainda que com a mesma mansão enquanto plano de fundo, os três casos acabam por ser completamente diferentes, e o próprio desenrolar dos acontecimentos que levam ao crime final é distinto. Há espaço para ciúmes, relações abertas, experiências homossexuais e fantasmas do passado.
Citando a sinopse que apresenta a série, “Why Woman Kill” mostra que “os papéis das mulheres mudaram, mas não a sua reação à traição.”.
Marc Cherry: é o nome por detrás da criação da série. Mas esta não é a primeira vez que o escritor e produtor retrata uma realidade feminina. Um dos maiores trabalhos da sua carreira foi a série “Donas de Casa Desesperadas”, que esteve no ar de 2004 a 2012.
Há mais para vir: A segunda temporada foi anunciada pouco depois de a primeira ter estreado. Ao que tudo indica, trata-se de uma antologia e as personagens serão diferentes, mas ainda não há novidades sobre a data ou sobre aquilo que aí vem.
Onde ver: Ainda que a série tenha saído em 2019, chegou nos últimos dias à HBO Portugal, onde estão disponíveis todos os episódios da primeira temporada.
Porque é que gostamos da música que gostamos?
Podemos arranjar muitas razões que justificam os nossos gostos musicais e que ajudam a perceber porque é que damos mais replay em algumas músicas do que noutras. Pode ser o nosso artista preferido, um hit de verão cujo ritmo fica na cabeça ou algo completamente diferente daquilo que costumamos ouvir, mas que, por alguma razão, agarra a nossa atenção.
Para nos ajudar a entender alguns destes aspetos, “Earworm”, uma série disponível no canal de YouTube da Vox, transporta-nos numa jornada de análise musical. Ao longo de episódios que duram entre 10 a 20 minutos, a jornalista Estelle Caswell explica o sucesso e a composição de algumas das músicas que ganharam muito sucesso com a audiência. Para a ajudar na explicação, convida muitas vezes especialistas ou trabalhadores da indústria musical, produtores, músicos ou compositores, capazes de dar uma visão diferente do trabalho feito à volta de determinada canção.
Mas “Earworm” não é só sobre hits. Os episódios, que começaram a sair em 2016, abordam artistas que vão desde Travis Scott a Stevie Wonder, e debruçam-se sobre géneros de música de todo o espetro. Nesta série, são desconstruídas músicas de rap, jazz ou música clássica.
Os mais vistos: No pódio de vídeos com maior número de visualizações estão, por ordem crescente, “How a recording-studio mishap shaped ‘80s music”, “The most feared song in jazz” e “Rapping, deconstructed: The best rhymers of all time”.
Sobre o Vox: é um site americano de notícias e conteúdos, fundado em 2014. Entre o conteúdo publicado, quer no site, quer nos canais adjacentes, conta com diferentes séries e rubricas para todo o tipo de gostos.
Quando tudo correr mal, vamos para Oaxaca
Na saga da minha descoberta por conteúdos na língua espanhola, cruzei-me com “Desenfrenadas”, ou “Imparáveis”, na tradução do título para português. Trata-se de uma série original da Netflix Mexico e chegou à plataforma em vários países de todo o mundo, no último mês de fevereiro.
No primeiro episódio da série, é-nos apresentado um grupo de três amigas de infância que vivem na Cidade do México: Rocío, Vera e Carlota. A primeira é uma neurocirurgiã, protótipo de uma filha perfeita prestes a dar um passo muito importante na sua vida, com uma oportunidade de carreira única pela frente e um relacionamento que todos acreditam que irá acabar em casamento. Seguem-se Vera, uma jornalista de moda com um estilo pop alternativo, que gosta de dar a entender ser um espírito livre, mas que vive presa num relacionamento tóxico. E depois, ficamos a conhecer Carlota, uma artista feminista que passa os dias a falar com um namorado virtual e cuja vida estagnou.
Quando os astros se alinham e as três amigas parecem estar a enfrentar uma fase difícil, decidem fugir da Cidade do México para Oaxaca, numa espécie de retiro de amigas, com o objetivo de cada uma organizar as suas ideias. Mas é no início dessa jornada que se junta a elas o quarto membro do grupo que protagoniza “Imparáveis”: Marcela.
Para reforçar o cliché de grupo de amigas improvável, Marcela vem de um contexto social e económico completamente oposto ao das restantes. Para além de um passado marcado pela violência e abuso, cresceu num ambiente hostil e dedica-se agora a procurar o seu irmão.
Será uma série de conforto? Como qualquer série cujos protagonistas sejam quatro amigos de mundos diferentes, o fator de identificação com as peripécias ou as próprias personagens está sempre presente. Nesse aspeto, podemos considerar “Imparáveis” uma série de conforto, que completa a missão de nos fazer torcer pelo sucesso das protagonistas e de nos transmitir um quentinho no coração quando tudo corre bem.
Mais produções mexicanas: Para além da série “La Casa de las Flores”, já falada numa edição anterior desta newsletter, “Ingovernável” e “Rainha do Sul” são outras produções disponíveis na Netflix que receberam bom feedback.
Créditos finais
“É Desta Que Leio Isto”: No encontro mais recente do clube de leitura esteve em discussão o livro “O Retorno”, de Dulce Maria Cardoso. Se não tiveste a oportunidade de estar presente, assiste aqui ao episódio.
Rock in Rio 2021: Depois do cancelamento ou adiamento de todos os festivais de verão de 2020, chegam agora as boas notícias para o próximo ano. O Rock in Rio já fez algumas confirmações para 2021. Descobre aqui as novidades.
De vilã a pirata: Uma notícia dada pelo The Hollywood Reporter avança que Margot Robbie será a protagonista do novo “Piratas das Caraíbas”. A atriz vai colaborar mais uma vez com Christina Hodson, argumentista do projeto, com quem já trabalhou em “Birds of Prey”.
Um filme realizado por Beyoncé: “Black Is King” da Queen B irá estrear na Disney+, a 31 de julho. Vê o trailer aqui.
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