Do amor ao transformismo: a reality tv é um guilty pleasure 📺
Esta edição de Acho Que Vais Gostar Disto chega como uma espécie de confissão. Eu, Mariana Falcão Santos, me confesso: adoro reality shows, das melhores produções à trash tv. As minhas obsessões mais recentes? Está tudo ali em baixo e, curiosamente, também estão todas disponíveis na Netflix.
O amor é cego, mas só com uma parede entre nós
Ideal para os mais românticos ou para os que não acreditam no amor, Love is Blind é uma das mais recentes apostas da Netflix e quer mostrar-nos que a paixão vai para além do aspeto físico. Vários desconhecidos aceitam participar nesta experiência e tentam encontrar a sua alma gémea, confiando apenas no seu sexto sentido.
Cada um dentro da sua cápsula, os participantes vão conversando à distância e sem poderem ver os restantes concorrentes, e estabelecem relações fortes, até encontrarem a pessoa mais especial. Depois, é hora de dar o próximo passo e casar. Pelo meio, há quem descubra que, surpreendentemente, não é compatível com a pessoa por quem se apaixonou durante a experiência baseada em “meia dúzia” de conversas. No final, assistimos às cerimónias de união e roemos as unhas enquanto esperamos que os casais digam “sim” (ou “não”).
All we need is love: O amor já foi ponto de partida para vários programas. 90 Days Fiancé, The Bachelor e Married at First Sight são alguns dos mais conhecidos.
Lembram-se de ouvir a frase "Não confies em desconhecidos"?
A febre das redes sociais chegou ao mundo da reality tv e o resultado é The Circle. O programa conta com um conjunto de participantes que não estão familiarizados uns com os outros e interagem apenas através de uma rede social fictícia. Criam os próprios perfis, atualizam os seus estados, postam as fotos que vão causar uma melhor impressão dos rivais, e, no final de cada semana, fazem as avaliações aos respetivos colegas. Nessa votação decide-se quem são os influencers do The Circle, que mais tarde vão expulsar o concorrente que não quiserem que continue no programa.
Parece-vos um conceito aborrecido? O programa apresenta-nos vários twists que tornam os episódios viciantes. Há espaço para estrategas natos, inexperientes em redes sociais, catfishes que se fazem passar por outras pessoas e idosos que fingem ser o neto mais novo. No final, acabamos a questionar todas as interações que temos com “amigos do mundo online” e lembramo-nos de todas as vezes em que nos disseram para não confiar na internet.
Mr. Worldwide: The Circle teve tanto sucesso que o formato original americano já foi adotado em outros países. The Circle Brasil e The Circle France também já estão disponíveis na Netflix.
Não aprenderam nada com o Nev e o Max?: Num reality show onde “tudo é muito intenso” (frase cliché de quem anda nestas vidas), há mesmo quem se apaixone por alguém que nem sabe se existe. Confesso que houve alturas em que tive uns flashbacks da clássica série Catfish da MTV, cujos episódios também acompanhei de perto.
As divas correm melhor de saltos
RuPaul dá nome ao programa e é não só apresentador, como também um nome inconfundível no universo do transformismo, também conhecido como drag. RuPaul’s Drag Race é um concurso de sucesso produzido nos Estados Unidos, que põe à prova drag queens em várias desafios relacionados com caracterização, personalidade, dança e canto. No final, vence aquela que provar ser a maior estrela.
Quem acha que este mundo é uma concentração de matrafonas saídas do Carnaval de Torres Vedras está muito enganado. Mais do que um concurso de caracterização e transformismo, RuPaul’s Drag Race ganha a nossa atenção pelas personalidades das divas e vem quebrar os tabus sobre a arte de ser uma drag queen e o talento que é preciso ter.
O programa está no ar desde 2009 e já conta com 12 edições, por onde já passaram mais de 150 queens. A 12.ª temporada ainda não está disponível na Netflix, mas estreou no final do mês de fevereiro.
Se vos souber a pouco: A série teve direito a dois spin-offs: RuPaul’s Drag U, para as novatas do mundo drag, que foi cancelado em 2013, e RuPaul’s Drag: Race All Stars, que reúne participantes das edições anteriores da competição. Para os amantes do drama e tensão neste tipo de programas, há 20 minutos extra de backstage na série Drag Race: Untucked!.
As Queens vêm a Portugal: Já não é a primeira vez que a tour mundial de RuPaul’s Drag Race faz uma paragem por terras lusitanas e o regresso já está agendado para 2020. A data sofreu alterações devido ao surto da Covid-19 mas tudo indica que é no dia 16 de setembro que Plastique Tiara, Vanjie e Yvie Oddly, algumas das drag queens mais conhecidas do reality show, vão pisar o palco do Coliseu de Lisboa.
Créditos finais
The Show Must Go On é o nome do canal de YouTube criado pela Universal, que vai transmitir diariamente espetáculos de forma repartida e gratuita para o universo online. Na lista de transmissões estão sucessos como O Fantasma da Ópera e Cats.
Julian Fellows anda a fazer das suas. O criador de Downton Abbey, também falado aqui numa edição passada por The English Game, é o argumentista da nova série Belgravia. Nos Estados Unidos da América, a estreia foi no passado domingo, dia 12 de abril, mas ainda não se sabe quando chega a Portugal. Fica aqui o trailer, para abrir o apetite.
Há mais festivais a alterar os planos devido à Covid-19. Desta vez, foi o Burning Man, que estava agendado para o final de agosto, a anunciar o cancelamento. Ainda assim, a CEO do evento, Marian Goodell, também deu boas notícias aos fãs e anunciou que a edição de 2020 vai acontecer através de transmissões online.
Há uma semana falei-vos de Tiger King, a série documental sobre a "máfia" dos tigres nos Estados Unidos da América. No fim-de-semana passado, a Netflix resolveu dar uma prenda aos fãs e disponibilizou um episódio especial. O novo capítulo fala sobre o impacto da série na vida de alguns protagonistas e já está disponível em Portugal.