The Last Of Us - Episódio 2: Não há cura, só bombas
A estreia de "The Last of Us" levou os fãs e os críticos aos pícaros do entusiasmo — confessamos, a nós também. E como anunciámos na newsletter passada, temos uma nova série especial do nosso podcast dedicada ao mundo pós-apocalíptico criado por Neil Druckmann e Craig Mazin para a HBO Max. Segue o recap de "Infected", o Episódio 2.
🚨 O podcast e as linhas que se seguem estão repletos de spoilers 🚨
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Tal como aconteceu no Episódio 1 - "When You're Lost in the Darkness", antes de arrancar para a "atualidade", o episódio começa com mais um prólogo tenebroso que nos coloca em Jacarta, na Indonésia, em 2003. Neste segmento inicial, ficamos a perceber os acontecimentos que Joel e Sarah ouviram na rádio enquanto tomavam o pequeno-almoço e discutiam geografia no dia em que o surto fúngico virou a América do avesso.
Em concreto, é revelado que uma reputada professora de micologia (especialidade da biologia que estuda os fungos) da Universidade de Jacarta é interrompida durante o seu almoço para ser informada de que o exército precisa da sua ajuda devido a "um incidente numa fábrica de farinha e grão no lado oeste da cidade". Por "incidente", entenda-se uma mulher descontrolada e lívida de raiva que desatou à monumental dentada aos colegas.
A cientista é então levada para um laboratório e analisa a pedido do exército uma amostra ao microscópio — e conclui que há ali cordyceps, o tal fungo que supostamente não devia de sobreviver em humanos como nos explicaram os cientistas no Episódio 1. Fazer das formigas marionetas sim, em humanos não. Ora, acontece que a especialista partilha deste saber e mesmo quando um elemento do exército reforça que não se trata de uma amostra de cordyceps qualquer (esta contém ADN humano), a professora continua não acreditar muito bem no que já se está realmente a passar.
Todavia, este ceticismo dura só até ao momento em que faz uma autópsia à mulher que nós deduzimos ser o "Paciente Zero". É que depois de a fazer, a cientista fica horrorizada ao extrair um tufo de lombrigas fúngicas da sua boca. E não só fica horrorizada com tudo aquilo como responde o seguinte quando o exército lhe pediu um plano para controlar o surto.
"Bomb. Comece a bombardear. Comece a bombardear esta cidade e todos os que habitam nela."
Estabelecidos mais uns detalhes sobre a origem do apocalipse de "The Last of US", a narrativa volta às ruínas e crateras (provocadas pelas bombas) da Boston atual, onde se encontram Joel, Tess e Ellie, prontos e preparados para dar início a uma exploração inquietante por um hotel e museu abandonados. No entanto, a jornada só começa após umas lições à petiza, que precisa de estar ocorrente de que fora da zona controlada, existe:
Um grande número de infetados espalhados por toda a cidade, sendo que neste grupo existem excelentes corredores de 100 metros estafeta desejosos de a apanhar;
Os infetados estão ligados por uma "Internet Fúngica Dos Solos" que permite que comuniquem uns com outros. Basicamente, uma criatura consegue alertar outros parentes que o jantar está prestes a ser servido — a quilómetros de distância;
Apesar de a Ellie ser potencialmente a única pessoa na América que não pode ser "transformada" e ficar infetada, Tess lembra que não está "imune de ser dilacerada". Do género, também morres se te arrancarem qualquer coisa.
Finalizada a aula de "Introdução aos Infetados no Exterior", a missão prossegue e Joel e Tess vão ter de fazer uma escolha para chegar à cúpula dourada (a.k.a Capitólio do Estado do Massachusetts) onde vão entregar Ellie aos Pirilampos: ou seguir pelo "caminho mais longo" ou ir pelo "caminho da morte".
Feita uma sessão de voto pelo trio, ganha a prudência e dá-se um "partida, largada, fugida!" pela via segura até chegarmos a um dos momentos pelo qual os fãs dos jogos mais aguardavam: o confronto com os clickers, a terceira fase de um infetado com cordyceps, que basicamente é um ex-humano de cabeça cortada ao meio e cego, mas que consegue "ver no escuro como um morcego".
Superado o encontro (à bala) com os clickers e trocada a roupa anterior, entramos no clímax do episódio, que acontece já no Capitólio e em que descobrimos que não há sinais de pirilampos (vivos). E é neste momento, nestes cinco minutos finais, que acontecem ferimentos emocionais severos à alma do espetador, pois:
Tess anuncia que "a sorte tinha de eventualmente acabar" — e revela uma mordida na clavícula.
Tess manda uma grande bojarda e traça o futuro de Joel. "Nunca te pedi nada, nem para te sentires como me senti. Esta é a tua oportunidade. Mantém-na viva. E corrige tudo. Todas as m***** que fizemos".
Um enorme grupo de infetados está na iminência de entrar pelo cúpula adentro e o tempo urge.
Tess faz um último pedido: "Salva quem podes salvar". Joel ainda barafusta um pouco, mas depois acata e pega no braço de Ellie (birrenta e a espernear, claro) e abandona o edifício.
No interior do Capitólio, o piso principal está cheio de combustível. E entre o nervosismo e a infeção a alastrar pelo corpo, Tess batalha com os seus próprios dedos para acender um isqueiro tipo Zippo. Ao mesmo tempo, os infetados tomam de assalto o local e um deles corre na sua direção, de boca bem aberta, prontíssimo a colocar as suas lombrigas de fora pela garganta de Tess abaixo. Para mal dos pecados do espetador, o infetado é bem-sucedido nos seus intentos, pelo que é obrigado a ver aquilo que se assemelha a um beijo, mas que é tudo menos isso.
Ainda assim, Tess consegue finalmente acender o isqueiro e acabar o arco narrativo da sua redenção ao fazer explodir um conhecido monumento dos EUA — enquanto protege o homem de quem gosta e a rapariga que pode salvar o mundo.
Na próxima semana em "The Last of US"
👉 O teaser confirmou que vamos conhecer Bill e Frank, dois sobreviventes que vivem isolados e que são conhecidos de Tess e Joel. É um dos episódios mais elogiados de toda a temporada pelos críticos e terá a duração de 80 minutos.
👉 Acompanha a série "The Last of Us" na HBO Max, onde vão estrear novos episódios todas as segundas-feiras! (PS: para todos aqueles que não respeitam o sono ficam disponíveis às 02h00 da madrugada.)
Inédito: Portugal está nos Óscares! 🏆
"Ice Merchants", de João Gonzalez, fez história ao ser o primeiro filme de produção portuguesa a estar nomeado para os Óscares. Lê a notícia completa aqui!
Antes de ser anunciado como um dos cinco nomeados para o Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação da 95.ª edição dos prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas norte-americana, esta curta-metragem de animação de 14 minutos já tinha conquistado uma enxurrada de prémios — incluíndo em Cannes. Agora, chegou ao cume da Montanha e à maior festa do cinema do mundo.
Quem é o João Gonzalez? É um português, de 26 anos, que além de realizador de curtas-metragens de animação, é músico e ilustrador. Podes saber mais sobre ele e o projeto, que começou a desenvolver enquanto estudante de mestrado em Animação na londrina Royal College of Arts, neste artigo.
Podes ver o trailer desta curta neste link.
E os restantes nomeados são...
"Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo", de Daniel Kwan e Daniel Scheinert, é o filme que lidera a corrida aos Óscares em 2023, com 11 nomeações. A completar o pódio, ambos com nove, estão "A Oeste Nada de Novo", épico sobre a I Guerra Mundial da Netflix, e "Os Espíritos de Inisherin", comédia negra que conta a história do fim de uma amizade.
Vê a lista completa dos nomeados.
As maiores ausências e surpresas nesta edição.
A cerimónia de atribuição de prémios está marcada para 12 de março.
Créditos finais
📱O se passou na cultura pop
Pamela Anderson. No seu novo livro de memórias, a atriz e ex-modelo relata um episódio de assédio por parte de Tim Allen durante os tempos de gravação da sitcom "Home Improvement". Na altura, Pamela tinha 23 anos. O ator, rejeita a acusação. (Variety)
boygenius. A história de como Julien Baker, Phoebe Bridgers e Lucy Dacus criaram um dos supergrupos mais excitantes da atualidade. (RollingStone)
SNL & Aubrey Plaza. A atriz de "The White Lotus" foi a anfitriã de Saturday Night Live e num dos segmentos voltou a ser April Ludgate de "Parks and Recreation". (Vê o vídeo aqui)
Razzie Awards. Os Prémios Golden Raspberry concederam a "Blonde" oito nomeações, incluindo a de Pior Filme, nas suas escolhas anuais para os piores filmes e performances do ano. (The Hollywood Reporter)
Avatar 2. A sequela passou a marca dos dois mil milhões de dólares na bilheteira. É apenas o sexto filme da história do cinema a fazê-lo — e o terceiro de James Cameron nessa lista restrita. (CNBC)
Netflix. A plataforma revelou quando vai começar "o ataque" à partilha de palavras-passe. (Forbes)
Kim Kardashian. A influencer esteve na Harvard Business School enquanto oradora convidada e deu uma palestra de quase duas horas. (People)
Andrew Callaghan. Um explicador sobre as alegações de assédio sexual contra o YouTuber. (NPR)
FICHA TÉCNICA
Produção MadreMedia
Newsletter escrita por
Abílio dos Reis, Mariana Santos, Miguel Magalhães e João Dinis
Grafismos
Diogo Gomes, Rodrigo Mendes
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