Titanic: história de amor ou filme de terror?
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Lançado há 25 anos, "Titanic" chegou a ser o filme mais caro de sempre (na altura) e é hoje um marco inegável na história do cinema e da cultura pop. Neste episódio, João Dinis, Mariana Santos e Miguel Magalhães fazem a devida homenagem ao "King of the World" que ganhou 11 Óscares, catapultou Kate Winslet e Leonardo DiCaprio para a fama mundial e cimentou James Cameron como um dos cineastas mais importantes de Hollywood. E, como não podia deixar de ser, tivemos um momento musical Céline Dion.
Para situar as gerações mais novas, diga-se que a história é real e aconteceu. Não havia Jack nem Rose, mas houve um navio, chamado "RMS Titanic", que foi mesmo ao fundo. No entanto, não era um qualquer. A sua arquitetura state-of-the-art concedeu-lhe o rótulo de navio inafundável. Há mais de 100 anos, era um portento tecnológico e de engenharia. Era também o maior e mais luxuoso paquete de sempre. Até o capitão era do mais conceituado que o mundo tinha para oferecer. Naquela época, simplesmente não havia paralelo. Mais de 100 mil pessoas estiveram no estaleiro de Belfast, onde foi construído, no dia em que foi lançado às águas do Rio Lagan. Porém, naquela que foi a sua viagem inaugural, o impensável aconteceu: às primeiras horas do dia 15 de abril, em 1912, depois de embater num iceberg, o navio inafundável acabou, em pouco mais de 120 minutos, no fundo do oceano Atlântico. Dos 2.240 passageiros a bordo, mais de 1.500 perderam as suas vidas, num dos momentos mais trágicos do séc. XX.
O desastre inspirou inúmeros livros, artigos, viagens náuticas nas águas mais profundas, videojogos (em "Call of Duty: Black OPS 4" podemos andar a disparar em zombies no Titanic) e outras séries e filmes (alguns de animação). Mas nenhum chegou aos pés ou tocou perto da popularidade do primeiro filme a fazer mil milhões de dólares em bilheteira e que deu mote este episódio do podcast. Por tudo o que se passou antes e depois de estrear nas salas. Porque hoje ninguém se lembra, mas há mais de 20 anos davam-se lições de "como não gastar 200 milhões de dólares" e de como o filme iria ser um flop histórico.
No antes, foram só problemas: derrapagens no orçamento (custou muuuuuito mais do que o previsto), longos atrasos na rodagem, jornais a preparar para afundarem "Titanic" nas suas manchetes por todas essas razões, executivos a duvidar de DiCaprio e Winslet como protagonistas. No entanto, no depois, tudo apenas serviu de material para contar a história dos bastidores de "Titanic" e dar corpo a quem a conta. Na memória, fica tudo o resto: a música, a química entre o par romântico, a escala, os efeitos visuais, as cenas icónicas, que conquistaram o mundo. E, claro, deu também azos à eterna discussão se Jack podia ou não ter sobrevivido — sobre este ponto de ruptura, o realizador abordou o assunto vezes sem conta nas últimas duas décadas e não tem dúvidas desta "não-questão": não podia.
PS: James Cameron recordou recentemente os seus filmes mais icónicos numa entrevista à GQ e revelou que esteve para correr com DiCaprio do projeto por causa do seu ego. Sabendo o que sabemos hoje, perguntamos: é possível sequer imaginar tal cenário?
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Créditos finais
👀 O que ver
Filmes
Pinóquio de Guillermo del Toro (Cinema agora, na Netflix a partir do dia 9 de dezembro). Em setembro, a Disney revelou a reinterpretação do seu Pinóquio de 1940 com Tom Hanks a fazer de Gepeto. Não convém confundir esse filme com esta versão do realizador mexicano — porque não tem nada que ver. Este é feito com a técnica de animação stop-motion e atenta às arestas desagradáveis do romance original de Carlo Collodi e ao fascismo de Mussolini. (Trailer)
Estranho Mundo (Cinema). O filme destinado a toda a família desta semana. Chega via Disney e dos estúdios de “Frozen” e “Encanto”. Espera-se muita cor, “uaus” dos mais novos e uma viagem no espaço e no tempo para um lugar de mistério infinito. No meio de tudo isto, está a família Clade, uma bolha astuta, um cão de três patas e uma enorme quantidade de criaturas vorazes. (Trailer)
Guardiões da Galáxia: Especial Boas Festas (Disney+). Antes da estreia do Vol.3 em 2023, um episódio especial com festividade natalícia. Já disponível e com os Guardiões do costume a irem à Terra para dar a Quill um Natal inesquecível com ajuda de Kevin Bacon (a fazer dele próprio). (Trailer)
Bros - Uma História de Amor (Cinema). Do realizador de “Forgetting Sarah Marshall” e de “Neighbors”, é a primeira comédia romântica ao estilo "Bridget Jones” de um grande estúdio de Hollywood sobre um amor gay — até os papéis heterosexuais são interpretados por atores LQBTQ+. (Trailer)
Séries
Wednesday (Netflix). A Variety chama-lhe a Netflixicação da Família Addams e o marketing chega à boleia da estreia “de Tim Burton na televisão” e do regresso de Christina Ricci à saga. Mas não se vá ao engano: a estrela é mesmo Jenna Ortega, de 20 anos, que interpreta a protagonista que dá nome à série — e que provavelmente vai virar super-estrela num futuro próximo. Dúvidas? É ver esta cena (e recomenda-se o filme “The Fallout”, na HBO Max, em que Ortega faz de sobrevivente de um tiroteio numa escola secundária). (Trailer)
Echo 3 (Apple TV+). Dois cunhados, ambos com experiência militar, embarcam numa jornada explosiva na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela para procurar a mulher que amam. Do argumentista de “The Hurt Locker”, chega-nos uma história com suspense, política e ação. PS: Mesmo quem não tem o serviço da maçã, pode espreitar o primeiro episódio gratuitamente. (Trailer)
📱O que se passou no mundo da cultura pop e na Internet
Yellowstone. Co-criada por Taylor Sheridan ("Sicario" e "High Water"), há quem a veja como a versão de "Succession" do mundo cowboy. Mas será que é? (SAPO24)
Festivais. O MEO Kalorama e o NOS Alive anunciaram os primeiros nomes da próxima edição. Vê aqui e aqui.
Melhores discos de 2022 / Time. A revista elaborou uma lista com os 10 melhores álbuns do ano. (Time)
Arte + YouTube. Chiara Amisola prestou atenção às histórias e revelações que as pessoas fazem nos comentários — e fez arte. (New Yorker)
Marcus Mumford. O músico diz estar pronto para trabalhar num novo álbum de Mumford & Sons. (Rolling Stone)
Ice Cube. O rapper tornado ator perdeu 9 milhões de dólares por ter recusado levar a vacina da covid-19. (Variety)
Joe Jonas. O cantor explicou porque está a fazer terapia e de como ficou devastado por ter perdido “Homem-Aranha” para Andrew Garfield. (Variety)
Jennifer Lopez. Sem explicação, J.LO apagou todas as publicações nas redes sociais — inclusive no Instagram, onde conta com 226 milhões de seguidores. (Variety)
Margot Robbie. A australiana não é a Barbie de ninguém. (Vanity Fair)
Chris Hemsworth. O “Thor” confidenciou que vai mudar o estilo de vida depois de descobrir que tem uma predisposição genética para Alzheimer. (Vanity Fair)
Kanye West. Ye utilizou “mind games” e pornografia para intimindar e controlar o seu staff. (Rolling Stone)
The Fabelmans. Isto foi o que assustou Steven Spielberg no filme mais pessoal da carreira. (Vanity Fair)
Rir ou chorar? De Elon Musk no Twitter, a Chris Rock nos Óscares, eis uma lista com as melhores piadas de 2022. (New Yorker)
"Goncharov", o "novo" filme de Scorsese. Enquanto o Twitter arde, os utilizadores do Tumblr estão a divertir-se ao criar um filme falso como se fosse de Martin Scorsese. Há posters, imagens, enredo. Enfim, tudo. Até máfia. E está com bom aspecto! (Screen Rant)
🎥 Let's look at the trailers
Copenhagen Cowboy (Netflix)
A violência visual do dinamarquês Nicolas Winding Refn (“Drive”) chega ao streaming no início de janeiro em formato série.
Sonic Prime (Netflix)
A série de animação do famoso ouriço azul fica disponível no próximo dia 15 de dezembro.
Doom Patrol (HBO Max)
Brendan Fraser faz uma aparição especial na 4.ª temporada desta série de super-heróis da DC que é uma salganhada obscura nonsense, mas hilariante.
FICHA TÉCNICA
Produção MadreMedia
Newsletter escrita por
Abílio dos Reis, Mariana Santos, Miguel Magalhães e João Dinis
Grafismos
Diogo Gomes, Rodrigo Mendes
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