👑 O polémico regresso da Coroa
Os novos episódios de “The Crown” ficam disponíveis já esta quarta-feira na Netflix. Porém, a chegada da quinta temporada não traz só novos contornos da vida privada da Família Real britânica ou um novo elenco de atores; acarreta também uma boa dose de polémica por mergulhar diretamente no divórcio da Princesa Diana com o Príncipe Carlos. Mas será isso suficiente para resfriar o interesse do público pelos Royals?
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O polémico regresso da Coroa
Na 4.ª temporada de “The Crown”, a ação decorreu nos anos 80 e testemunhámos vários acontecimentos marcantes na vida da líder da Coroa, Isabel II. Foi o caso do primeiro encontro com Margaret Thatcher e da sua relação atribulada por alturas do apartheid na África do Sul ou dos terramotos em Windsor (e na imprensa) provocados pelo casamento do filho Carlos e dos problemas de saúde mental da irmã Margarida. (Num tom mais alcoviteiro, até ficámos a saber quais eram os filhos favoritos do Rei e da Rainha.)
No entanto, se os acontecimentos do pequeno ecrã foram dramáticos para a Rainha, fora dele valeram uma chuva (enxurrada, na verdade) de prémios para a Netflix, nomeadamente nos Emmys. A nível individual, o elenco principal esteve praticamente todo nomeado e quatro atores levaram mesmo a estatueta para casa (Olivia Colman, Tobias Menzies, Gillian Anderson e Josh O’Connor, que interpretaram, respetivamente, Isabel II, Rei Filipe, Margaret Thatcher e Príncipe Carlos). A nível global, ganhou o prémio que se pretende nestas andanças: o de Melhor Série - Drama.
Agora, os royals estão de regresso ao streaming e a história dá um saltinho temporal, sendo que a ação decorre nos anos 90. Ou seja, mergulha diretamente na crise matrimonial dos príncipes — e, claro, não falta a famosa entrevista de Diana à BBC. O problema? Há uma “memória viva” do que é retratado e há muitas vozes a considerar que a Netflix e Peter Morgan (o criador) trataram o divórcio de Carlos e Diana com demasiado sensacionalismo, para causar choque e aumentar a dramatização. Por outras palavras, para fazer uma boa série, “exploram a imagem” da Família real, demonizando inclusivamente um pouco a figura do agora Rei Carlos III.
Morgan, contudo, rejeita este argumento e assume inclusivamente ter “uma enorme simpatia” pelos monarcas. “Penso que todos temos de aceitar que os anos 1990 foram muito difíceis para a família e o Rei Carlos terá certamente memórias muito dolorosas desse período”, disse à Variety, tentando justificar as críticas que vieram de vários quadrantes, incluindo via carta aberta da atriz Judi Dench (que a apelida a série de “uma crueldade que não pode passar impune”) ou o ex-primeiro-ministro britânico Sir John Major (que considera “The Crown” um “barril cheio de disparates”).
Como resposta, e no meio do coro de críticas, a Netflix a colocou uma chamada de atenção na descrição do trailer da nova temporada no YouTube, a lembrar que se trata de uma "dramatização de ficção inspirada em eventos reais".
Nesta 5.ª temporada, acontece aquilo a que já assistimos na estreia da terceira: há um novo elenco, pelo que temos caras novas. Algumas, de peso. Imelda Staunton (Dolores Umbridge de Harry Potter) é a nova Rainha, Jonathan Pryce (Papa Francisco de “Os Dois Papas”) será o marido Rei Filipe, a australiana Elizabeth Debicki (Jordan Baker de “The Great Gatsby”) a princesa Diana, ao passo que Dominic West (Jimmy de “The Wire” e Noah Solloway de “The Affair”) será o Príncipe Carlos. Facto curioso: o filho de Dominic West na vida real, Senan West, vai interpretar o Príncipe Guilherme.
E o que diz quem já viu alguma coisa? Que de todas as temporadas que dão corpo à série, esta quinta “é a pior” (estão previstas seis, acabando esta jornada real no início dos anos 2000). Pelo menos, na opinião dos críticos que figuram no Metacritic — o que não significa que o consenso geral não seja positivo, porque é. A quinta temporada é segura e tem o seu apelo habitual. Só não está é tão boa como as anteriores. Os números ajudam a dar uma imagem do que aqui falamos. Portanto, quando se fala em "consenso geral positivo”, quer dizer que se baixou de uma "nota boa" para “satisfaz”. Assim:
1.ª Temporada: 81%
2.ª Temporada: 87 %
3.ª Temporada: 84 %
4.ª Temporada: 86 %
5.ª Temporada: 68 %
Pondo isto, a pergunta que agora impera é: será que isto (críticas e reviews) interessa assim tanto? O mais provável é que não. Tanto que aquele #1 do Top 10 das séries mais vistas da plataforma dificilmente vai fugir a “The Crown” nas próximas semanas.
Podcast Acho Que Vais Gostar Disto
Sabias que já atingimos uma marca histórica? Este é o episódio 100! Sim, parece mentira, custa a acreditar, mas é verdade. Chegámos ao mítico cem e entrámos na casa das centenas.
Para celebrar, falámos de três séries: “The Bear”, "The Peripheral" e "The Playlist”.
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Créditos finais
👀 O que ver?
Filmes
My Policeman (Prime Video). Passado em Inglaterra, este filme centra-se num amor proibido e complexo vivido nos anos 50. Com Harry Styles (o polícia Tom), Emma Corrin (a Princesa Diana da 4.ª temporada de “The Crown” e aqui uma professora) e David Dawson (o Rei Alfred de “The Last Kingdom”). Adaptação do romance homólogo de Bethan Roberts. (Trailer)
Causeway (Apple TV+). É o regresso de Jennifer Lawrence aos filmes independentes e intimistas que a apresentaram ao mundo do cinema (ainda que sem a carga emocional de “Winter’s Bone”). Nesta história, a atriz dá vida a Lynsey, uma ex-combatente do exército norte-americano que sofre uma lesão grave no Afeganistão. Com dificuldades em se ajustar à vida civil no regresso a casa, encontra conforto e alento numa amizade improvável com o mecânico James (Paper Boi de “Atlanta”). (Trailer)
Série
The Bastard Son & The Devil Himself (Netflix). Baseada na trilogia literária (“Half Bad”) de Sally Green, a história narra um mundo fantástico em que bruxos e humanos vivem juntos. Supostamente, é uma adaptação direcionada para um público-alvo em final de adolescência, mas a Netflix não se poupou no gore, magia e CGI. Do que trata? Segundo esta crítica, estamos perante uma espécie de Harry Potter para +18 que tem pitadas de “Sex Education” com “Skins”. (Trailer)
👇 O que não podes perder na cultura pop
Óscares. O apresentador Jimmy Kimmel volta a ser o anfitrião da maior celebração do cinema. É a terceira vez que assume o papel de mestre de cerimónias. (IndieWire)
Sylvester Stallone. Aos 76 anos, Sly dá uma entrevista que vai de “Rocky” ao último trabalho, a série “Tulsa King”, de Taylor Sheridan, co-criador de "Yellowstone", em que interpreta um antigo chefe da máfia. (The Hollywood Reporter)
Monster & Watcher. A Netflix pediu a Ryan Murphy mais duas temporadas da série de antologia Monster (“The Jeffrey Dahmer Story” é só a primeira) e renovou Watcher para uma segunda temporada. (TVLine)
WestWorld. Jonathan Nolan estava com esperanças de receber luz-verde para avançar com mais uma temporada para “acabar a história”, mas a HBO achou que estava tudo contado — e cancelou a série. (The Hollywood Reporter)
WandaVision. Aubrey Plaza, que atualmente podemos ver em “The White Lotus”, vai fazer parte do elenco da prequela da série da Marvel. (A.V. Club)
SkyShowtime. A nova plataforma de streaming apresentou as novas séries que vão ficar disponíveis até final de 2022 e as que vão estrear em 2023. (SAPO MAG)
The Acolyte. A nova série do universo Star Wars já tem elenco. (Deadline)
Stranger Things. Revelado o título do primeiro episódio da 5.ª e última temporada. (Deadline)
🎥 Let’s Look at the trailer
“Glass Onion: A Knives Out Mystery” (Netflix)
“Lady Chatterley's Lover” (Netflix)
“Spirited” (Apple TV +)
“Carnival Row” (Prime Video)
“The Eternal Daughter” (Cinema)
“Chevalier” (Cinema)
“The Whale” (Cinema)
FICHA TÉCNICA
Produção MadreMedia
Newsletter escrita por
Abílio dos Reis, Mariana Santos, Miguel Magalhães e João Dinis
Grafismos
Diogo Gomes, Rodrigo Mendes
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