🐺 Da Marvel, ninguém esperava este Lobisomem
Na newsletter de hoje falaremos de uma homenagem ao género do terror e ao cinema dos anos 30, que nos chega pelo nome de “Werewolf by Night”. Disponível no Disney+ por via da Marvel Studios, é algo para maiores de 16 anos e não tem as explosões e ação do costume. Mais: não tem efeitos visuais, é a preto e branco e os protagonistas são diferentes dos habituais. Confuso? Natural. Mas nós por aqui no Acho Que Vais Gostar Disto gostamos de descomplicar as coisas e vamos falar um bocadinho deste projeto especial da casa dos super-heróis.
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Da Marvel, ninguém esperava este lobisomem
“Werewolf by Night”, a nova "Apresentação Especial" da Marvel Studios, é difícil de catalogar. Afinal, o que é? É uma série? É um filme? Os seus 48 minutos de duração (se incluirmos os créditos são aproximadamente 55) dificultam a catalogação. Até porque hoje em dia há episódios de séries mais longos (veja-se o caso do último de “Rings of Power”, com praticamente uma hora) e designa-se por curta-metragem algo com 40 minutos ou menos. Mais: que herói ou heróis são estes? E porque é que é a preto e branco?
Ora, pelo início. A razão para não ser um produto a cores, bem ao estilo moderno, é porque estamos perante (mais ou menos) uma hora que pretende lembrar as feras e monstros que aterrorizam as telas mais antigas. Mais concretamente, “Werewolf By Night” é uma “Apresentação Especial” de Halloween inspirada nos filmes de terror dos anos 30 e 40. Portanto, tal como reza na sinopse oficial, estamos perante um material que “pretende evocar uma sensação de pavor e macabro, com bastante suspense e medo”. E, apesar de estranho, faz mesmo parte do Universo Cinematográfico Marvel (MCU).
A estranheza acontece porque “Werewolf By Night” é na sua génese totalmente diferente do que seria de esperar de algo vindo dos estúdios da Marvel. Na essência, estamos a lidar com uma história (na sua maioria original) sem parelha com o restante MCU e que pede emprestadas personagens e ideias da banda desenhada homónima dos anos 70. Ou seja, neste especial seguimos a história de Jack Russell (Gael García Bernal), um enigmático caçador de monstros, que é secretamente um lobisomem quando está lua cheia.
A assumir a realização do especial está um nome bem conhecido: Michael Giacchino. Porém, é conhecido não por estas funções, mas sim por ser um compositor estabelecido em Hollywood — já ganhou um Óscar por “Up” (2009) e já compôs para vários filmes da Marvel e da Pixar. No entanto, apesar de no seu CV não constar um espólio vasto (tem apenas duas curtas em seu nome), Giacchino deixou bem vincada aqui a sua marca.
Para começar, fez questão que este especial se assemelhasse a algo que tivesse sido feito há quase um século. Ou seja, quis que tudo fizesse lembrar os filmes dos anos 30. A posição da câmara, a fotografia, os cenários góticos. Assim como não houve espaço para efeitos visuais gerados a computador. O que se vê, pelo que consta, é só o bom e velhinho "practical effect”. Não há ecrãs verdes ou azuis escondidos — o que dá um gosto especial às cenas de pancadaria.
Em “Werewolf By Night”, somos confrontados com uma reunião de caçadores de monstros num Templo após a morte de outro colega de profissão famoso e que empresta o nome ao dito Templo, de seu nome Ulysses Bloodstone. Para homenagear o líder recém-falecido, os presentes são convidados a participar numa competição (na verdade, uma caçada) que lhes vai conferir uma poderosa relíquia depois de enfrentarem um monstro perigoso. E no seio do grupo de caçadores convocados para irem a jogo está não só Jack Russell, mas também a filha do defunto a quem se dedica a aventura, Elsa Bloodstone (Laura Donnelly, de “The Nevers”). Porém, Jack veio à caça com outras intenções: libertar o seu amigo Ted Sallis, conhecido como Man-Thing. O que vem a seguir são várias formas de perder a vida, pouco recomendáveis para jovens ou para quem não aprecia muito estas coisas dos sustos.
Por fim, é importante dizer que este segmento especial pode ser visto por qualquer pessoa. Não é preciso ser-se fã das vinhetas de BD, dos super-heróis ou até especialista no MCU. “Werewolf By Night” apresenta-nos uma premissa nos primeiros minutos e depois simplesmente mostra-a. Não há grande preocupação além da sua própria história e violência. Assim como não é necessário ter o conhecimento enciclopédico do que está para trás no MCU. É uma história diferente, contada de uma maneira diferente, isolada, que vive por ela própria, em que Giacchino - que até já tem a marinar ideias para uma sequela - prova que a Marvel pode ser Marvel sem ser com os super-heróis do costume.
"Werewolf by Night" já se encontra disponível no Disney+.
Podcast Acho Que Vais Gostar Disto
Mais uma semana, mais um recap. Em "Lord of the Tides", oitavo episódio de "House of the Dragon", o tempo volta a avançar uns aninhos e os miúdos estão mais crescidos mas continuam miúdos — e a arruinar as boas intenções de uns adultos mais maduros e guardam em si menos doses de rancor. Já o Rei Viserys, cada vez mais debilitado, aproveita a rara oportunidade que se apresenta e ordena que toda a sua família se junte para um último jantar (reunião familiar?) em King's Landing. A sua vontade é só uma: que se deixem as diferenças de lado e que todos se deem bem. Mas esse desejo, já se sabe, é complicado. Pelo meio, em plena discussão para saber quem vai ser o novo líder da Casa Velaryon, há demonstrações de afeto comoventes e, à boa maneira de "A Guerra dos Tronos", rolam cabeças.
Ouve o recap do EP8 de “House of the Dragon” no Spotify, na Apple Podcasts ou no Google Podcasts.
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Créditos finais
📚 O que ler?
Assim ou Assado - 100 Perguntas sobre a Língua Portuguesa". É lançado esta terça-feira o livro da autoria de uma dupla invulgar: o músico Sam The Kid e o professor e tradutor Marco Neves. (SAPO24)
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Filmes. Outono é sinal de grandes estreias. E aqui estão 28 filmes para manter debaixo de olho. (Vox)
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Joker 2. Como vai ficar Margot Robbie se Lady Gaga assumir o papel de Harley Quinn? “Tão feliz”. (The Hollywood Reporter)
Cientologia. Danny Masterson (o “Hyde”, de “That ‘70s Show”) vai a julgamento por alegada violação de três mulheres, também elas ligadas à cientologia, nos anos 2000. A imprensa sugere que caso poderá revelar práticas da igreja. (Variety)
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William Shatner. O ator descreveu como foi a sua viagem ao espaço: “Encheu-me de uma tristeza esmagadora”.
🎥 Let’s Look at the trailer
Doom Patrol (HBO Max, série, teaser 4.ª Temporada)
Selena Gomez: My Mind & Me (Apple TV+, documentário a sair em novembro)
Wednesday (Netflix, série de Tim Burton)
Star Trek (Prime Video, 3.ª Temporada)
V/H/S/99 (Cinema, novo filme da franquia de terror)
FICHA TÉCNICA
Produção MadreMedia
Newsletter escrita por
Abílio dos Reis, Mariana Santos, Miguel Magalhães e João Dinis
Grafismos
Diogo Gomes, Rodrigo Mendes
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