Os Emmys já são maiores do que os Óscares?
Os Emmys decorreram na madrugada de segunda para terça e as principais plataformas de streaming estiveram na fila da frente para ver que séries suas saíam premiadas. A noite foi recheada de estrelas, mas teve poucas surpresas.
- Miguel Magalhães
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Os Emmys já são maiores do que os Óscares?
Esta é a minha reflexão favorita sobre os prémios da Academia de Televisão. Numa altura em que consumimos mais séries do que nunca e que, ano após ano, cada vez mais investimento é alocado pelas plataformas de streaming em episódios para binge ou consumo semanal, até que ponto é que os Emmys não serão eventualmente mais importantes do que os Óscares?
E não é só uma questão de mudança de hábitos de consumo ou de mais dinheiro. Quem ligou a televisão e acabou na SIC Caras a assistir a todo o evento pode ter reparado no nível de atores que estava no tapete vermelho do Microsoft Theatre, na baixa de Los Angeles. Não temos espaço nesta newsletter para os nomear a todos, mas são figuras que nos habituámos a estar presentes noutro tipo de serão. Durante muito tempo, havia uma clara divisão entre os atores ditos de televisão e os que viam o seu trabalho ser exibido no grande ecrã, mas o século XXI trouxe cada vez mais talento para a produção de séries e hoje em dia essa distinção simplesmente não existe.
Dito isto, serve isto para dizer que a edição de 2022 dos Emmys tinha a pompa de qualquer uma das mais ansiadas edições dos Óscares, fosse pelas pessoas presentes, fosse pela quantidade de séries de qualidade produzidas ao longo do último ano. Foi também um período em que apesar de alguns hits, muitos filmes tiveram dificuldade em encontrar sucesso nas salas de cinema, e onde cada vez mais produtoras cinematográficas prefiram lançar diretamente os seus projetos no streaming, optando por uma receita e audiência mais garantida.
Mas vamos aos vencedores da noite
As casas de apostas estavam ao rubro porque como já mencionei havia de facto muito por onde escolher. Vou-me abster de comentar as categorias para atores e atrizes, mas vamos olhar por um instante para os trabalhos que estavam nomeados para as categorias de Melhor Série de Comédia, Melhor Série Dramática e Melhor Série Limitada/Minissérie.
Drama: “Better Call Saul”, “Euphoria”, “Ozark”, “Severance”, “Squid Game”, “Stranger Things”, “Succession” e “Yellowjackets”
Comédia: “Abbot Elementary”, “Barry”, “Curb Your Enthusiasm”, “Hacks”, “Marvelous Mrs. Maisel”, “Only Murders in the Building”, “Ted Lasso” e “What We Do In The Shadows”.
Minissérie: “Dopesick”, “The Dropout”, “Inventing Anna”, “Pam & Tommy” e “The White Lotus”
(As séries com link sobre as quais falámos em maior detalhe no podcast. Temos claramente de apostar mais na comédia)
Como é que se decide no meio de isto tudo?! Na categoria de Drama, “Severance” e “Squid Game” foram as maiores surpresas e “Euphoria” e “Stranger Things” bateram recordes nas respetivas plataformas, mas “Better Call Saul” (com a sua última temporada, sem nunca ter ganho) e “Succession” (uma série muito querida dos media e críticos) pareciam as mais bem posicionadas para ganhar. A série da HBO acabou por permanecer a favorita da Academia e levar para casa a estatueta pelo terceiro ano consecutivo.
Na Comédia, parecia haver menos espaço para surpresas. “Abbot Elementary” foi uma sensação nos EUA (mas ainda está muito verdinha), “Barry” regressou passado três anos da sua última temporada, “Only Murders in the Building” tornou-se no maior sucesso da Hulu (Disney+ em Portugal) e “Maisel” também voltou como uma ótima temporada, mas inferior às anteriores. Todas com ótimos argumentos, mas “Ted Lasso” está numa liga aparte, mesmo com uma segunda temporada que não agradou a toda a gente (são raras as que conseguem). Foi isso que a Academia demonstrou ao dar à série da Apple TV+ o Emmy pelo segundo ano consecutivo.
Nas Minisséries, tudo indicava que ia ser entre “Dopesick” e “The White Lotus”. Uma é baseada em factos reais e retrata o início da crise dos opióides nos EUA. A outra retrata lições de vida com base num conjunto de pessoas privilegiadas num resort de luxo. A Academia acabou por preferir a praia e o pôr-do-sol.
Os prémios da Academia de Televisão são compostos por uma série de categorias que foram sendo anunciadas ao longo da madrugada de 12 para 13 de setembro.
Outros destaques:
“The White Lotus” foi a série a receber mais prémios com 5
A HBO foi a plataforme com mais vitórios ganhando em 11 categorias
Zendaya (“Euphoria”) tornou-se na pessoa mais jovem de sempre a ganhar um Emmy por duas vezes.
O ator Lee Jung-jae, protagonista de “Squid Game” tornou-se no primeiro ator de uma série estrangeira a vencer numa categoria de melhor ator numa série dramática.
Qual foi para ti o maior snub dos Emmys? (Diz-nos aqui)
Podcast Acho Que Vais Gostar Disto
O quarto episódio de “House of the Dragon” foi um clássico de “Game of Thrones”. Não foi preciso grande carnificina e grandes batalhas para o episódio passar a correr sem darmos por isso. Bastou colocar as principais personagens com diálogos incríveis e num ou outro momento que colocou todos os fãs rapidamente a comentar nas redes sociais. Daemon Targaryen está de volta, Rhaenyra continua sem encontrar alguém para casar, o rei Viserys está a perder a paciência e Rhaenyra e Daemon partilham um momento que pode colocar toda a Casa Targaryen em risco.
Ouve o recap do EP4 de “House of the Dragon” no Spotify, na Apple Podcasts ou no Google Podcasts.
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Créditos finais
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School for Good and Evil. A série da Netlfix já tem direito ao seu primeiro trailer com Kerry Washington e Charlize Theron em destaque (Entertainment Weekly)
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Para ouvir. O novo álbum de Sampa The Great
FICHA TÉCNICA
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