⚽ Jogar no tudo ou nada
Tal como a maior parte da população portuguesa, estou muito feliz pelo regresso de Pôr do Sol. A série da RTP que satiriza as clássicas novelas portuguesas foi uma das minhas coisas favoritas de 2021 e estou curioso para perceber se esta segunda temporada vai estar ao nível da primeira. (Recordem a nossa conversa com um dos criadores, Manuel Pureza, aqui). No entanto, este fim de semana também marcou o regresso dos campeonatos de futebol europeus e dos documentários desportivos “All or Nothing” na Prime Video. Desta vez, a equipa escolhida foi o Arsenal.
- Miguel Magalhães
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Jogar no tudo ou nada
Os documentários desportivos não são propriamente um fenómeno recente. Eles sempre existiram como forma de recordar determinados atletas ou competições mediáticas, tinham sempre um certo distanciamento do que acontecia nos bastidores. Por norma, os atletas e as equipas gostam de manter algum secretismo sobre aquilo que é a sua preparação e, portanto, durante muito tempo, os documentários tinham por base muito daquilo que acontecia em campo, numa pista de atletismo ou num circuito automóvel combinado com uma série de entrevistas a pessoas com a sua perspetiva sobre os diferentes acontecimentos.
Contudo, nos últimos anos as equipas e os atletas perceberam que, ao darem mais acesso, podiam utilizar estes conteúdos como uma espécie de campanha de marketing. Ao permitir a entrada nos balneários, ao mostrar o que acontece nos treinos e ao deixar que uma equipa de filmagem captasse emoções à flor da pele, equipas de todo o tipo de desporto perceberam que podiam criar uma relação mais próxima com fãs e até ganhar novos apoiantes.
Nos últimos anos, a F1 ganhou milhões de novos espetadores com a série documental da Netflix. Em 2020, o documentário “The Last Dance” (Netflix) sobre a era de ouro dos Chicago Bulls de Michael Jordan tornou-se num dos mais vistos de sempre nos EUA. E também nos últimos anos surgiu o franchise “All or Nothing”, produzido pela Amazon Studios, com uma missão muito simples: em cada ano escolhem uma equipa ou equipas para acompanhar durante uma época desportiva e depois fazem uma série documental que conta os principais momentos, as principais desilusões e, claro, as principais intrigas.
Desde 2016, a franquia já produziu séries sobre equipas de futebol americano, de hóquei no gelo, de râguebi e claro de futebol, como conhecemos deste lado do Atlântico. Na minha modesta opinião, aqueles que acompanharam equipas da Premier League, acabaram sempre por ser os mais bem conseguidos. Em edições anteriores, “All or Nothing” acompanhou uma temporada completa do Manchester City e do Tottenham (com Mourinho) que, ao jogarem na melhor liga do mundo, deram a possibilidade de contar uma história e de mostrar certas perspetivas sobre jogadores e treinadores que se calhar não veríamos de outra forma.
Fazendo de advogado do diabo, claro que a maior parte destas equipas foi paga pela Amazon (e não terá sido pouco) para mostrarem os seus bastidores e é normal ao longo de cada episódio questionarmo-nos sobre quanto daquilo que estamos a ver é mesmo assim e se não haverá alguma censura por parte dos clubes na hora de editar aquilo que foi gravado. Acredito que sim, mas o conteúdo não deixa de ter qualidade e de nos deixar pregados ao ecrã a perceber o que acontece com os jogadores.
O mais recente documentário “All or Nothing” foi lançado no dia anterior ao início do campeonato inglês de futebol e acompanha temporada do Arsenal. A equipa londrina que contou com dois jogadores portugueses — Cedric (ex-Sporting) e Nuno Tavares (ex-Benfica) — e com um treinador espanhol, Mikel Arteta, a dar a sua melhor retórica para tentar levar a equipa para um patamar desportivo que já não atinge há vários anos. A época começou com três derrotas e foi marcada por várias dores de crescimento e por uma direção americana aparentemente pouco interessada no sucesso desportivo do clube. Ao longo de cada episódio, vamos descobrindo e conhecendo melhor os protagonistas (jogadores, treinadores e até fotógrafos do clube) e as soluções que foram sendo encontradas para os diferentes desafios. Se resultaram ou não, têm de descobrir no fim.
Os primeiros três de oito episódios já estão disponíveis na Prime Video, bem como todas as outras séries “All Or Nothing”.
Podcast Acho Que Vais Gostar Disto
O último episódio do nosso podcast é especial porque falámos com Miguel Raposo, um dos atores portugueses mais versáteis da sua geração — e em mais novo até nem queria nada com a representação e só pensava em basquetebol e bandas! Sim, porque os seus dotes artísticos não se ficam pelos palcos. Faz música, dobragens (é a voz do Son Goku), cinema, televisão e ainda deu uma perninha no programa “Dança com as Estrelas”.
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Créditos Finais
👀 O que ver
Primeira Presa (“Prey”). O novo filme da franquia do Predador já está disponível na Disney+. E o que dizem os críticos? Que ao fim de 35 anos há um bom filme da saga! Elogiam a frescura, originalidade e excitação desta história que decorre no mundo da Nação Comanche no início do século XVIII. Depois, parece que temos em Amber Midthunder (a protagonista) uma estrela em ascensão. A realização é de Dan Trachtenberg, conhecido pelo seu (bom) “10 Cloverfield Lane”. (Trailer)
Dog. Esta aventura de uma vida é realizada, escrita e protagonizada (tudo a meias) por Channing Tatum, o senhor Magic Mike. Em resumo, é uma ode ao melhor amigo do homem. Uma história de amor, afeto e ligação ímpar entre um guarda do exército e o seu cão. Um feel good movie (bem melhor do que se possa pensar) em que Tatum demonstra solidez atrás das câmaras. Na Prime Video. (Trailer)
Treze Vidas. Baseada na história verídica do resgate da equipa de futebol de uma caverna na Tailândia, é uma das apostas da plataforma da Amazon e conta com vários nomes conhecidos. A começar na cadeira da realização (Ron Howard) e a terminar no elenco (Viggo Mortensen, Colin Farrell e Joel Edgerton). Trata-se de um relato dramatizado de uma trama real dos nossos dias. Na Prime Video. (Trailer)
🎧 O que ouvir?
Beyoncé. Já ouviste o episódio do nosso podcast sobre ”Renaissance” e o regresso da Queen B? Ouve já!
Florist - Florist. Emily Sprague, o seu indie folk e o resto da banda arrendaram uma casa em 2019 — e o resultado de várias noites à chuva a compor canções já está aí para ser ouvido.
📱O que aconteceu no mundo da cultura pop?
Stranger Things. Esta cena da última temporada demorou mais de 2 anos a preparar. (Collider)
Top Gun: Maverick. A sequela de Tom Cruise soma e segue — até já passou “Titanic” no ranking — é agora o 7.º filme com mais bilheteira de sempre. (Variety)
The Lord of The Rings. Peter Jackson confidenciou numa entrevista que considerou recorrer à hipnose para se esquecer da trilogia. (The Hollywood Reporter)
MEO Sudoeste 2023. O festival vai regressar na próxima edição à Herdade da Casa Branca, na Zambujeira do Mar, entre 9 e 12 de agosto. (SAPO24)
Britney Spears. Depois das polémicas pessoais, a artista vai voltar à música numa parceria com Elton John, ao fazer uma nova versão de “Tiny Dancer”. (The Hollywood Reporter)
Morreu Olivia Newton-John. A atriz ficou conhecida pelo papel que desempenhou ao lado de John Travolta em “Grease”. (Expresso)
Lars von Trier. O cineasta dinamarquês revelou que sofre da doença de Parkinson. (Variety)
Pac-Man. Está a ser preparado um filme live-action deste clássico do mundo das arcadas. (Collider) PS: os fãs de Adam Sandler que nos perdoem, mas, por favor, pelo que há de mais sagrado, não seja em nada como “Pixels”.
House of the Dragon. George R.R. Martin dança pelos meandros da Casa dos Targaryen e explica os traços das novas personagens. Quem são e o que pretendem. (YouTube)
🎥 Let's look at the trailer
She-Hulk. Daredevil fez a sua aparição no novo trailer da série da Marvel. Deste conta? (Vê aqui)
The Next 365 Days. A Netflix acabou não só de lançar o trailer do último filme da saga baseada nos livros da polaca Blanka Lipińska (vê aqui), como também disponibilizou os primeiros 4 minutos da nova história de Laura e Massimo. Estreia a 19 de Agosto de 2022.
FICHA TÉCNICA
Produção MadreMedia
Newsletter escrita por
Abílio dos Reis, Mariana Santos e Miguel Magalhães
Grafismos
Diogo Gomes, Rodrigo Mendes
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