🙏 "Uncharted", por favor sê bom
Na newsletter de hoje vou falar de um videojogo que me toca muito ao coração. Já vendeu mais de 40 milhões de cópias no mundo inteiro e vai agora ser adaptado para cinema, uma transição que, nos últimos anos, sempre que é tentada, não tem corrido muito bem para a maior parte dos videojogos. Esperemos que desta vez seja diferente.
Miguel Magalhães
Segue o Acho Que Vais Gostar Disto no Instagram (@vaisgostardisto), no Twitter (@vaisgostardisto) e no TikTok (@vaisgostardisto).
Alguém te enviou esta newsletter? Podes subscrevê-la .
"Uncharted", por favor sê bom
Há algo com que todos conseguimos concordar no que diz respeito a adaptações de videojogos ao grande ecrã: não têm corrido muito bem. Seja pela excessiva expectativa, seja pela incapacidade dos estúdios replicarem em “live-action” a imersão e a intensidade passada pelos jogos, a verdade é que na maior parte dos casos saímos das salas de cinema um pouco desiludidos.
Recentemente, tivemos um exemplo de uma boa adaptação com “Arcane” na Netflix, inspirado no mundo de League of Legends, mas tirando isto e um ou outro filme de “Resident Evil”, tem sido difícil encontrar casos onde a transição correu bem. (Se me estiver a esquecer de algum, respondam-me a este e-mail indignados).
Sempre fui um gamer muito básico e, na minha consola, passam essencialmente os “FIFA”, os “Assassin’s Creed”, os “Star Wars”, um ou outro jogo de carros e… os “Uncharted”. Os quatro jogos que compõem o franchise são provavelmente aqueles com que já passei mais horas consecutivas diante da televisão e aos quais já regressei diversas vezes, até porque o último jogo foi lançado em 2017. Por isso, quando foi anunciado que a saga ia ser adaptada à sétima arte, dois sentimentos passaram pela minha cabeça: 1) isto tem imenso potencial e pode até fazer com apareçam mais jogos, 2) tendo em conta o historial de que já vos falei, tenho de me preparar para o pior.
“Uncharted” é a história de um jovem caçador de tesouros chamado Nathan Drake, cuja adolescência problemática passada num orfanato o colocou em contacto com o mundo que havia por descobrir, através de um mapa desenhado por Fernão de Magalhães. De peripécia em peripécia, ainda em idade adolescente foi recrutado por outro caçador de tesouros chamado Sully, que passou a ser a figura mais paternal que tinha na entrada para a vida adulta.
Em cada videojogo, acompanhamos uma aventura diferente de Nathan Drake (já adulto) com Sully, na qual estes vão aos quatro cantos do mundo à procura de relíquias e acabam por encontrar más companhias que desejam fazer exatamente o mesmo que eles. Por andam têm de passar por mosteiros, ruínas e cidades perdidas na procura de tesouros, como têm de andar armados para se poderem proteger em confrontos com vilões que querem “chegar lá primeiro” do que eles. Portanto, é um misto de aventura pela História com ação — que penso ser o que faz tantas pessoas, como eu, gostarem destes videojogos.
A adaptação ao grande ecrã vai tomar um caminho ligeiramente diferente e focar-se precisamente na história da origem de Nathan Drake, representado pelo Tom Holland, que, depois do sucesso de “Spider-Man: No Way Home”, será motivo suficiente para levar algumas pessoas às salas de cinema. Tenho algum medo que seja difícil descolar o ator da personagem de super-herói para uma espécie de Indiana Jones da geração Z, mas espero que a qualidade do universo onde esta história acontece seja suficiente para fazer de “Uncharted” um filme que valha a pena e não apenas uma panóplia de lugares comuns em narrativas sobre caças ao tesouro.
O elenco do filme conta com nomes como Mark Wahlberg na pele de Sully e Antonio Banderas no papel de vilão e vai chegar às salas de cinema portuguesas esta quinta-feira (dia 17 de fevereiro). No Reino Unido, o filme já estreou e as primeiras reviews a chegar não são animadoras, mas esta quarta-feira vou estar (com o Acho Que Vais Gostar Disto) presente na ante-estreia de “Uncharted” com um espírito aberto e terei mais coisas a dizer no próximo episódio do nosso podcast.
Podcast Acho Que Vais Gostar Disto
A origem da história que serviu de guião ao último episódio remonta a uma fórmula que Hollywood tanto aprecia: vigarice, fama e dinheiro. Neste caso concreto, parece que tudo se deve a uma simples e singela nota de 100 dólares. Bom, na verdade, a várias.
Baseada em factos verídicos, o início desta trapaça mediática – quase anedótica de tão surreal que é - remonta a maio de 2018. Foi nessa altura que a “The Cut” (chancela da revista New York Magazine) publicou um artigo sobre a invulgar ascensão de Anna "Delvey" Sorokin nas altas esferas da sociedade e que serviu de inspiração para a minissérie da Netflix, produzida e criada por Shonda Rhimes.
Ouve o episódio no Spotify, na Apple Podcasts ou no Google Podcasts
Créditos Finais
O que aconteceu no mundo da cultura pop?
"The Lord of the Rings: The Rings of Power". Depois da reportagem da Vanity Fair que nos mostrou as primeiras imagens, eis que meros dias depois estamos perante o primeiro trailer. E, Deus nos livre, se não está com bom ar! A fotografia está insigne e conseguimos deslindar alguns vislumbres da Terra Média. Maravilha! Espreita aqui.
“Dr. Strange in the Multiverse of Madness”. Se na sugestão anterior nos saiu um “Deus nos livre”... que dizer deste trailer do novo filme da Marvel? Illuminatti e Professor Xavier? Nossa, que biolência. Mais: o passado “Ash vs Evil Dead” de Sam Raimi parece encaixar que nem uma luva. Depois, já se sabe: tudo o que envolva Elizabeth Olsen é sempre bem-vindo. Ora vê aqui.
Super Bowl: Nem a censura travou a história de Dr. Dre. Um espetáculo dentro do espetáculo. Durante o intervalo entre o jogo que opôs os Los Angeles Rams e os Cincinnati Bengals, houve espaço para este enorme artista aproveitar para mostrar o porquê de ser um dos produtores mais reconhecidos de sempre do hip hop. Lê aqui como foi.
Ator de Hollywood condenado a 20 anos de prisão por esquema em pirâmide. Poucos dias depois de a Netflix estrear “Inventing Anna”, parece que há outra história digna de ser adaptada para minisérie. É que o ator Zachary Joseph Horwitz (mais conhecido por Zach Avery) foi condenado após ter criado um esquema de Ponzi que lhe garantiu lucros superiores a 570 milhões de euros. Levava uma vida principesca em Hollywood, mas ludibriava tudo e todos. Onde é que já vimos isto? Sabe mais aqui.
Studio 666: a Foo Fighters horror movie. Soa a coisa estúpida? Bom, Dave Grohl também achou inicialmente que sim. A verdade é que depois começou a ruminar ideias e acabou por engendrar um filme sobre uma banda que estava numa casa a gravar um disco. A nuance? O vocalista enlouquece e aniquila o resto dos membros da banda a contas com diferenças criativas. Estranho? Pois… Descobre mais nesta entrevista de Grohl à Rolling Stone.
Oscars e Twitter. A Academia anunciou que os utilizadores da rede social do passarinho vão poder votar no seu filme favorito de 2021 (infelizmente, parece que os utilizadores portugueses vão ficar de fora). O vencedor será revelado na cerimónia oficial no dia 27 de março. Será desta que “Spider-Man: No Way Home” vai receber amor dos prémios, depois de ter ficado de fora dos 10 filmes do ano?
Morreu Ivan Reitman. O óbito do realizador — e pai de Jason Reitman — é uma das notícias mais tristes dos últimos dias. É conhecido sobretudo pelo sucesso de bilheteira “Os Caça-Fantasmas”, em 1984, mas a sua influência na indústria foi muito mais além deste inovador blockbuster.
Downton Abbey: A New Era. Os fãs da série britânica que não ficaram impressionados com a nova congénere americana (aka “The Gilded Age”, que apesar de tudo o que se disse e escreveu já recebeu luz-verde para uma segunda temporada), não se aflijam: já há novo trailer do novo filme. Agora, com os Crawleys no sul de França. Para ver aqui.
Fight Club: a Censura. O clássico de 1999 sofreu umas mexidas na China e isto foi o que David Fincher, o realizador, teve a dizer sobre o assunto.
Já há data para mais Peaky Blinders. "This Place Is Under New Management, By Order Of The Peaky Blinders”. A frase é de Arthur e é uma das tiradas mais icónicas da série ou não representasse o momento em que Birmingham se tornou demasiado pequena para os Shelbys. É por isso que a notícia de que a última temporada vai estrear na BBC britânica no dia 27 de fevereiro causa um misto de excitação e saudade precoce.
FICHA TÉCNICA
Produção MadreMedia
Newsletter escrita por
Abílio dos Reis, Mariana Santos e Miguel Magalhães
Grafismos
Diogo Gomes, Rodrigo Mendes
🖋️ Tens recomendações de coisas de que poderíamos gostar?
Envia para vaisgostardisto@madremedia.pt