🌠 Agora é que isto ficou bom
Na newsletter de hoje, vou falar de “The Book of Boba Fett”, uma série que já há algumas semanas me estava a deixar angustiado. Sentia que estava bastante abaixo das expectativas, especialmente depois de todo o sucesso de “The Mandalorian”. Até nos chegar um episódio que tudo mudou. Descubram como e qual já de seguida.
Miguel Magalhães
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Agora é que isto ficou bom
Já há algum tempo que estava a pensar se deveria escrever ou não sobre “The Book of Boba Fett”. A nova série do universo de Star Wars estreou na Disney+ há cerca de cinco semanas e, na altura em que foi lançada, estava muito curioso para ver como iria continuar a narrativa iniciada por “The Mandalorian”.
Para quem não está a par, um resumo rápido. “The Mandalorian” estreou em 2019 e foi a série bandeira do serviço de streaming da Disney, quando este foi lançado. Em termos de timeline, decorre cinco anos após o “Episódio VI - O Regresso de Jedi” e apresenta-nos uma nova personagem chamada Din Djarin (Pedro Pascal), um caçador de recompensas (bounty hunter em inglês) que faz parte de uma legião de guerreiros chamada Mandalorians, com costumes muito específicos, sendo um deles o facto de nunca poderem tirar o seu “capacete” e revelar a sua cara. Depois de receber uma missão por parte do Império que visava capturar e entregar Grogu (aka “Baby Yoda”), uma criança que estava em ligação com a Força, o Mandalorian muda de ideias e passa as duas temporadas da série a proteger esta criatura, com a qual cria uma relação muito forte.
O episódio final da segunda temporada é um dos maiores exemplos de serviço aos fãs e inclui um certo senhor com um lightsaber verde. Mas não é sobre isso que quero falar. “The Mandalorian” foi amplamente elogiado pela crítica por ser capaz de introduzir novas personagens sem se esquecer de adicionar alguma nostalgia, por ter um tom mais negro de western e explorar outro tipo de narrativas — aposta que valeu duas nomeações para Melhor Série Dramática nos Emmys (e que perdeu para “Succession” e “The Crown”, em anos consecutivos).
Daí a minha expectativa para “The Book of Boba Fett”. Boba Fett, para os mais esquecidos, é uma personagem que fez parte da trilogia original de “Star Wars” e que, até “The Mandalorian”, era dado como desaparecido, depois de um confronto com Han Solo. Na segunda temporada, ele aparece novamente (sem sabermos bem como) para ajudar Din Djarin numa missão e é representado pelo ator Temuera Morrison que, nas prequelas de Star Wars, tinha protagonizado a personagem Jango Fett, “pai” de Boba Fett.
Esta nova série tinha como objetivo avançar o universo de TV do Star Wars, um pouco como a Marvel fez com os cinco projetos que lançou no último ano. E é aqui que reside o meu problema com os primeiros quatro episódios de Boba Fett e a razão pela qual não me senti muito motivado a escrever sobre a série até agora: a história não avança grande coisa.
Jon Favreau, que acumula os cargos de showrunner tanto em “The Mandalorian” como em “The Book of Boba Fett”, tentou que estes tivessem um registo semelhante, mas tomou a decisão de que os primeiros episódios fossem compostos por um loop entre o presente e o passado da personagem, que nos explica o porquê de nós, enquanto audiência, voltarmos a reencontrá-la. Para quem viu por exemplo a série da DC “Arrow”, é um registo semelhante.
No presente, Boba Fett tornou-se numa espécie de lorde do crime da cidade Mos Espa (a mesma que era governada por Jabba The Hutt) e tenta afirmar o seu poder num lugar onde a sua tomada do poder não é bem vista por toda a gente. Sem sabermos bem porquê, Boba toma banhos regulares numa espécie de câmara hiperbárica para recuperar de algum tipo de condição. É nestes momentos que tem flashbacks, que nos permitem perceber como é que sobreviveu e como é que chega ao ponto onde o encontramos em “The Mandalorian”.
Poderão descobrir vendo a série. Agora, na minha opinião, durante os quatro episódios, passa-se demasiado tempo a tentar criar empatia com a personagem através do passado e pouco tempo a fazê-lo com as decisões que toma no presente. A narrativa de “Boba Fett” tem potencial para mostrar o lado mais político do submundo de Star Wars (que “The Mandalorian” foi fazendo a espaços), mas perde-se um pouco no processo de garantir que não fica nada para explicar sobre a personagem. E, por isso, as coisas avançam, digamos, de forma… lentinha.
Há cenas de ação e diálogo interessantes em ambas as dinâmicas da série, mas para quem, como eu, estava ansioso por ver este mundo avançar e por haver até uma interligação maior entre as duas séries, não deixei de ficar um pouco desiludido. Mas, entretanto, chegou o episódio 5, na semana passada, e tudo o que eu desejava tornou-se realidade.
Com o título “Return of The Mandalorian”, o capítulo mais recente de “Boba Fett” foi inteiramente dedicado a mostrar-nos como estava Din Djarin desde a última vez que tínhamos colocado olhos sobre a personagem. Agora sem Baby Yoda, mas com um sabre de luz negro, que está a aprender a manusear, o “Mando” procura encontrar membros da sua legião que o possam ajudar neste desafio.
Só que essa demanda não corre como esperava e acaba não só excluído da legião, como novamente sozinho na galáxia, sem um rumo definido. É este não-percurso que o vai levar de volta ao planeta Tatooine e perto do local onde a todos os acontecimentos de “The Book of Boba Fett” estão a decorrer. Sem revelar muito, é um episódio cheio da nostalgia de que gostamos, com uma série de referências à saga, seja através de personagens, seja através de naves espaciais clássicas, seja através de cenas icónicas, que são quase que alvo de uma recriação. Mas é também um episódio que nos remete imediatamente para a luta eterna de uma personagem que nos é querida e que transmite logo, só com a sua presença no nosso pequeno ecrã, toda a energia e ambiente que penso que esta nova etapa de Star Wars anda à procura.
Inevitavelmente, o Mandalorian vai acabar por se juntar a Boba Fett e ajudá-lo a consolidar o controlo de Mos Espa e, quem sabe, até de mais regiões. Penso que o último episódio foi completamente transformador para a série e mal posso esperar para o que vem a seguir.
Podcast Acho Que Vais Gostar Disto
A série de terror passou alguns dias nos tops da Netflix um pouco por todo o mundo, mas no episódio mais recente do podcast não foi alvo de recomendação. Pelo contrário, foi alvo de uma espécie de rubrica especial chamada “Acho Que (Não) Vais Gostar Disto”.
Ainda se falou de “The Gilded Age” (HBO Portugal), do mesmo criador e do mesmo universo que “Downton Abbey”, e de “As We See It”, uma pérola que estreou recentemente na Prime Video.
No episódio desta semana vamos fazer uma review a “Pam & Tommy” que estreia amanhã no Dinsey+. Não percam.
Ouve o episódio no Spotify, na Apple Podcasts ou no Google Podcasts
Créditos Finais
O que aconteceu no mundo da cultura pop?
A HBO MAX, plataforma de streaming premium da Warner, vai ficar disponível em território nacional no dia 8 de março. É a HBO Portugal de sempre, mas com a designação internacional. Preços, novidades e mais informação útil é só clicar aqui. Por outras palavras, filmes como “Matrix Resurrections" e "Dune" ou as novas séries Max Originals ("Station Eleven", "Peacemaker") vão fazer finalmente parte do cardápio dos portugueses.
Tom Brady. Para uns trata-se de um dos melhores jogadores de sempre da história da NFL, para outros é o marido da modelo Gisele Bündchen que é famoso nos EUA por jogar futebol americano. Seja como for, a verdade é que é uma super-estrela que se manteve no ativo durante 22 temporadas. E, hoje, aos 44 anos e após sete títulos de campeão do Super Bowl, anunciou que está oficialmente na reforma.
Halo: The Series. Há um novo trailer para celebrar a data de lançamento - 24 de março - da série baseada na franquia Halo, um dos videojogos mais populares dos últimos vinte anos. Tem aqui um gostinho desta adaptação da Paramount +.
Spotify. Depois do boicote de Neil Young e Joni Mitchell ao que se diz no podcast de Joe Rogan, a plataforma sueca prometeu medidas para combater a desinformação sobre covid-19 — coisa que os músicos acreditam que o podcast fazia.
Nova música de Rosalía. A artista espanhola, vencedora de um Emmy pelo disco “El Mal Querer”, partilhou no início desta semana a capa do seu novo trabalho, “Motomami”. Pelo meio, aproveitou a ocasião para fazer um anúncio aos fãs: vem aí nova canção na próxima sexta-feira, dia 4.
Rihanna está grávida. Segundo aquilo que se escreve do outro lado do Atlântico, a artista e A$AP Rocky vão ser pais. A cantora dos Barbados, de 33 anos, foi fotografada com uma barriguinha de bebé enquanto caminhava por Nova Iorque com o rapper norte-americano.
Para Robert Pattinson, interpretar Batman foi ato de “auto-ajuda”. Numa entrevista concedida à revista Total Film, Pattinson explica que estava à procura de coisas novas na carreira. E, de todos os filmes baseados em comics, eram os de Bruce Wayne pelos quais ansiava. Foi por isso que foi atrás do papel e esteve sempre à procura de novidades relativamente ao projeto do realizador Matt Reeves.
Aziz Ansari. Não temos visto muito do humorista norte-americano, mas, na semana passada, regressou com um número de stand-up curtinho de 30 minutos com o título “Aziz Ansari: The Night Club Comedian”, que vale muito a pena e que nos relembra do humor inteligente e fácil do cérebro por detrás de “Master of None”.
FICHA TÉCNICA
Produção MadreMedia
Newsletter escrita por
Abílio dos Reis, Mariana Santos e Miguel Magalhães
Grafismos
Diogo Gomes, Rodrigo Mendes
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