Acho Que Vais Gostar Disto: O Presidente e o Rei dos Frangos
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DESTA VEZ OS CONDENADOS NÃO VÊM DE SHAWSHANK
Depois de vários anos em pré-produção nos arquivos da Judiciária, estreou esta semana o novo épico policial onde Luís Filipe Vieira e os do costume acabam finalmente atrás das grades: são “Os Condenados do Seixal”.
O filme tem contornos biográficos e gravita em torno do (ex?) presidente do Benfica, um super vilão que terá lesado os portugueses em mais de cem milhões de euros, mas o maior crime de todos seria não produzir uma sequela que explorasse as cicatrizes morais de um homem que foi capaz de vender Bernardo Silva e contratar Bruno Cortez.
Uma imagem da rodagem do filme, vazada no Twitter, mostra uma cela claustrofóbica em Moscavide onde Luís Filipe Vieira terá jantado frango assado, deixando-nos água na boca para o que aí vem. O presidente do Benfica é um ator do método e fez questão de lá dormir nas duas últimas noites para encarnar o personagem.
Tal como nos Bonds, também este filme tem a particularidade de o protagonista ter sido interpretado por mais do que um ator: Luís Filipe Vieira é interpretado por Luís Filipe Vieira durante toda a história, mas as cenas gravadas em tribunal, em que Luís Filipe Vieira diz não se lembrar do que Luís Filipe Vieira fez no passado, são protagonizadas pelo senhor com problemas de memória dos anúncios do Memofante.
Este será sem dúvida o derradeiro papel da sua carreira, que até aqui já soma prestações notáveis em “Querida, vendi os miúdos do Seixal”, “Os Vingadores: Operação Djaló” ou ainda “Janela Indiscreta de Transferências por 15 milhões”.
Nesta nova obra, diz um jornalista da Vulture que já teve acesso aos brutos das filmagens, Vieira fará par romântico com Rei dos Frangos. Os dois já tinham contracenado em “12 Anos de Escravo do Ricardo Salgado” e este novo projeto era um sonho antigo. Além dos dois, fazem também parte do elenco o filho de Luís Filipe, Tiago Vieira, o empresário Bruno Macedo e ainda um pneu.
O filme não estará em exibição no circuito das grandes salas, estando reservados os direitos à BTV, onde sairá uma versão censurada apenas com planos de drone de uma mariscada entre Luís Filipe Vieira e Fernando Medina no Restaurante Barbas, na Costa da Caparica.
Não será difícil convencer o público a embarcar nesta história, ainda mais para um homem que conseguiu convencer o Saragoça a oferecer 9 milhões por Roberto. Veremos que futuro nos reserva este enredo, agora que Vieira se vê limitado a apenas subornar o guarda da prisão com cigarros em troca de mais uma chamada telefónica por dia.
Enquanto esperamos pela estreia, há mais coisas para ver dentro do género, que combinam bola, corrupção e bigodes.
Dogs of Berlin
O futebol é a mais importante das coisas menos importantes. Disse quem? E "Dogs of Berlin" tem mão de cirurgião ao colocar a quantidade certa de bola na narrativa. Um cruzamento a mais e já seria maçador. A série não é sobre futebol, mas usa-se dele para falar de outras coisas que nele se tornam mais evidentes: as discriminações, os tráficos de influências ou a intolerância para com a imigração. Passa-se em Berlim, nem de propósito no país onde as tensões no futebol com a comunidade turca se intensificaram a propósito da integração de Mesut Ozil na seleção alemã, mas em qualquer cidade de Portugal seria atual já que os problemas são os mesmos. Para ver, Luís, se o wi-fi da cela tiver pelo menos de dois pauzinhos.
El Presidente
Estreada em 2020, "El Presidente" é uma série produzida pela Amazon que conta a história do escândalo Fifagate, um esquema de corrupção aparentemente complexo na forma mas muito simples no naming, já que é apenas mais um que se limita a sufixar a entidade corrupta com a palavra Gate. É uma ideia de Armando Bo, que até já ganhou um Oscar de melhor argumento por ter escrito o Birdman, e que atiro para aqui apenas para me defender. É ver. Há subornos, lavagem de dinheiro, pessoas importantes com gel no cabelo a tomar decisões erradas que só beneficiam alguns, o que é ótimo porque em perspetiva nos faz sentir boas pessoas. Até ao Luís Filipe.
NEFTA Football Club
Esta curta-metragem nomeada ao Oscar em 2018, onde um burro de carga escuta Adele, é engraçada e tem coisas para dizer. São dezoito minutos. Para filme é pouco, para tempo de compensação na liga portuguesa é ainda menos. Deixa-me invejoso não ter sido eu a lembrar-me daquele final inesperado. Haja alguma surpresa, que para coisas previsíveis já basta todas as vezes que Vieira disse que não se voltava a candidatar a presidente, mas acabou por ficar mais quatro anos.
Green Street Hooligans
Luís Filipe Vieira sempre manteve uma relação misteriosa com a claque do Benfica, mas este clássico do cinema desportivo vem trazer alguma transparência sobre os meandros das claques de futebol. É bastante provável que alguém que subscreve este tipo de newsletter já tenha visto este filme, bem sei, esta recomendação é redundante, mas isto com quatro recomendações ficava mais completo e sinto que o editor anda a controlar a contagem de caracteres. Antes de ir à minha vida, suspeito que se dependesse de Luís Filipe Vieira, em vez de Green Street Hooligans, o filme chamava-se Green Street Grupo Organizado de Adeptos.
Guilherme Geirinhas
Too Hot To Handle: o reality show da pandemia
Quando estreou na Netflix no ano passado, em plena pandemia, o reality show Too Hot To Handle rapidamente escalou os rankings da plataforma de streaming em vários países do mundo. Nessas semanas, muitos quiseram acompanhar a “saga” (será que é?) de um conjunto de homens e mulheres, na flor da idade e com as hormonas a saltitar.
A premissa é simples: num resort de luxo, os participantes têm de tentar não se envolver uns com os outros e, no final, levar um prémio chorudo de 100 mil dólares para casa. Parece simples, não é? Pois, mas na realidade não é o que acontece. A cada envolvimento, que pode ir de um beijo a carícias sexuais, uma assistente virtual de nome Lana – que funciona como uma espécie de “polícia” do reality show – deduz o respetivo valor (cada tipo de envolvimento tem um valor associado) do prémio final.
Drama, sexo e dinheiro são uma mistura explosiva e os ingredientes que fazem de Too Hot To Handle um sucesso na Netflix.
A segunda temporada estreou há poucas semanas e o João Dinis, a Mariana Santos e o Miguel Magalhães conversaram sobre isso mesmo no episódio mais recente do podcast Acho Que Vais Gostar Disto.
Ouve aqui o novo episódio do podcast "Acho Que Vais Gostar Disto" e deixa os teus comentários em vaisgostardisto@madremedia.pt ou no nosso Instagram.
Esperemos que gostes disto!
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