Acho Que Vais Gostar Disto: Vai dar raia
Segue o Acho Que Vais Gostar Disto no Instagram (@vaisgostardisto) e no Twitter (@vaisgostardisto)
Alguém te enviou esta newsletter? Podes subscrevê-la .
NOITE DE JOGOS
Não existe um meio termo apaziguador em relação aos jogos de tabuleiro: ou se ama, ou se odeia. Há gente que não suporta a ideia de uma noite a lançar um dado para um pedaço de cartão A3. Há no entanto outros que vêem no tabuleiro uma espécie de portal do "Jumanji" para uma realidade paralela onde vestem o corpo do The Rock e tudo se torna possível.
No tabuleiro os sonhos tornam-se reais. Quem paga uma renda choruda por um T0 no Carregado tem no Monopólio a oportunidade de abrir um hotel em pleno Rossio. Quem nunca teve coragem de fazer um mochilão na Bolívia poderá ir à conquista da América do Sul no Risco. Quem sempre quis escrever um livro pode finalmente ser o narrador da história no Aldeia Adormece.
O que nos seduz no jogo é a mentira que o autor cria para esconder a mecânica. Só há duas ou três formas de zangar pessoas por causa de um tabuleiro: labirintos, associações lógicas, trocas, por aí. O que há é milhares de formas de vender essa mentira. Vamos ser espiões atrás de um criminoso ou agricultores à procura de palha? Vamos gerir uma grande cidade ou a equipa do Chievo Verona?
A tolerância de cada um a essa mentira, ao sonho, faz com que ninguém esteja a jogá-lo na mesma página. O enorme problema dos jogos de tabuleiro é esse: a expectativa. Há sempre alguém que quer jogar mais do que o outro. Há um desencontro entre aqueles que querem jogar e os outros que não compram aquela mentira.
É por isso que o inicio do jogo promete sempre ser pacífico, “é desta que ninguém se chateia”, mas sem que nada o antecipe, o ambiente acaba num cenário bélico difícil de sair: regras duvidosas que favorecem alguns e que não fazem parte do manual que vem na caixa, peças escondidas no bolso, outras peças devoradas por um cão que ronda a mesa, alguém contrariado que legitimamente foi para a cama mais cedo.
Era um joguinho rápido, “dura no máximo uma hora”, disse alguém, mas cinco horas depois da primeira jogada ainda nem vai a meio. Há uma gestão de expectativas que tem de ser feita. Não é aceitável começar um jogo à meia noite, sabendo que só vai terminar três verões mais tarde.
Eu gosto de jogos, confesso. Jogo com frequência e jogo os jogos do costume e este parágrafo tem a palavra “jogos” vezes a mais. Como sinto a pressão do editor para escrever sobre cinema, e tenho medo de ser despedido depois desta crónica, de seguida falo-vos dos jogos de que gosto e junto a eles um filme que vos fará sentido.
Código Secreto
Duas equipas de dois jogadores. Há vários cartões com palavras (ou imagens) espalhados em cima da mesa, alocados a cada uma das equipas. Só um dos membros de cada equipa sabe que palavras lhe pertencem, e terá de ajudar o colega a descobri-las usando apenas uma palavra por jogada. Parece fácil, mas tentem lá relacionar lapiseira, jangada e Cretáceo com uma palavra sem ser “desisto”? Antes de soltarem o espião que há em vocês, podem retirar estratégias do "Departed - Entre Inimigos".
Catan
Palha. Ovelhas. Madeira. Pedra. Barro. São estas as matérias-primas dominantes não mundo paralelo do Catan. Cada jogador terá de montar o seu império juntando a sorte dos dados e trocas estratégicas. Que mundo seria este onde as grandes oportunidades de carreira se dividiriam entre oleiro e lenhador? Para se habituarem a sobreviver com aquilo que a natureza vos dá, antes vão de viagem com o "Into the Wild".
Joker
O concurso da RTP ganhou forma em tabuleiro e é tão fiel ao formato televisivo que só falta trazer lá dentro o Vasco Palmeirim em miniatura. Para quem deseja sentir na pele a pressão de ser o Super Joker e ter decidir em microssegundos qual o cognome de D. Dinis, está aqui uma boa forma de passar o serão. Que a sorte das perguntas esteja convosco, quase tanto como esteve com o "Slumdog Millionaire".
Risco
Portugal é pequeno para vocês. Montem o exército e partam numa jornada à conquista do mundo. Há impérios mais fáceis de montar do que outros. Quando o jogo começa, uma carta vai determinar aquilo que têm de fazer. Preferiam ser um general inglês que conquista a Oceania, ou um português que queria ir para África mas o vento atirou para a América do Sul? É convosco, pelo sim pelo não, antes vejam "Vikings".
Let the games begin. Ou como se diz em português: vai dar raia.
#FreeBritney: o que aconteceu à rainha da pop?
No início dos anos 2000, apenas um nome ecoava mais que todos os outros num mundo da música pop. Depois de hits como "Baby One More Time", "Toxic" e "Oops!... I Did It Again", Britney Spears tornou-se num fenómeno à escala mundial.
No entanto, apesar de todo o sucesso, a vida fora dos palcos e do estúdio sempre foi marcada por polémicas e por uma atenção desmedida por parte dos media. Em 2007, a artista norte-americana teve um breakdown que a levou a ser hospitalizada numa instituição psiquiátrica e originou um processo judicial que passou o controlo da sua vida pessoal e profissional para as mãos do pai.
Na última década, a artista foi sendo sucessivamente declarada mentalmente desequilibrada, mas continuou a lançar álbuns, a fazer tours pelo mundo inteiro e a ser jurada em competições musicais. Esta semana, aos 39 anos, Britney Spears foi a tribunal pedir que lhe concedessem novamente o controlo da sua vida, mas sem sorte.
No episódio desta semana do podcast Acho Que Vais Gostar Disto, o João Dinis, o Miguel Magalhães e a Mariana Santos discutem o que aconteceu à rainha pop, a forma como tratamos os nossos ídolos e dão ainda sugestões de séries e filmes para ver.
Ouve aqui o novo episódio do podcast "Acho Que Vais Gostar Disto" e deixa os teus comentários em vaisgostardisto@madremedia.pt ou no nosso Instagram.
Esperemos que gostes disto!
Equipa Acho Que Vais Gostar Disto
➡️ Também queres dizer "Acho Que Vais Gostar Disto"?
Envia esta newsletter a amigos e família, que poderão subscrevê-la
🖋️ Tens recomendações de coisas de que eu podia gostar? Ou uma review de um dos conteúdos de que falei?
Envia para vaisgostardisto@madremedia.pt