Acho Que Vais Gostar Disto: O Regresso do cinema (sem pipocas)
Num início de semana em que se falou essencialmente de superligas e do possível fim do futebol como o conhecemos, existem razões para celebrar. Há uma nova série com a Kate Winslet na HBO e os cinemas voltaram a abrir. Vamos a sugestões? Bora!
- Miguel Magalhães
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O que é que nos faz sentir velhos?
Depende de pessoa para pessoa e de ano para ano, mas esta semana a culpada foi Kate Winslet. A atriz inglesa tem uma nova série na HBO Portugal chamada “Mare of Easttown” na qual, pela primeira vez (penso eu), tem alguém a chamá-la "avó". Winslet tem apenas 45 anos, mas não deixa de “causar espécie” lembrar-me de alguém que, ainda há pouco tempo, podia ter salvo o amor da sua vida dos destroços do Titanic. Pronto, passaram quase 25 anos, mas continua a ser verdade que havia espaço naquela porta a boiar no meio do mar para uma família inteira, para um cão e para um periquito.
Regressando a Easttown, Kate Winslet protagoniza Mare Sheehan, uma heroína local que, apesar de todos os seus feitos, não encontra muitas razões para se sentir feliz. É uma detetive com boa reputação e próxima de toda a gente na sua comunidade, mas há um ano que um caso particular a persegue: uma jovem adolescente, com problemas com drogas e filha de uma amiga sua do liceu, desapareceu sem deixar rasto e a sua família, passados vários meses sem respostas, veio para a televisão questionar o trabalho da polícia e lançar uma recompensa para quem descobrisse novas informações. Por outro lado, Sheehan, juntamente com algumas das suas amigas, vai ser homenageada pelo seu liceu, na comemoração dos 25 anos de uma vitória histórica da equipa feminina de basquetebol local, na qual a detetive marcou o cesto decisivo. Tinha tudo para ser um momento memorável, cheio de palavras bonitas e celebrado com as pessoas de quem mais gosta. Mas não é.
Mare tem uma vida familiar, no mínimo, complicada. O seu filho mais velho suicidou-se e deixou um neto do qual tem de cuidar. Tem uma relação difícil com a filha mais nova, ressentida pela maior importância que a mãe sempre deu ao trabalho. Vive com a mãe, cujas opiniões sarcásticas a tiram do sério (quem nunca) e, por último, é divorciada e o seu ex-marido não só encontrou uma nova mulher (com a qual vive na casa ao lado da sua), como também decidiu organizar uma festa de noivado precisamente no dia em que ia ser homenageada. Conseguem adivinhar qual foi o evento a que a sua família decidiu comparecer?
Neste primeiro episódio, também vemos o desenrolar, em simultâneo, da história de Erin, uma jovem adolescente a quem se pode dizer que tudo aconteceu. Foi mãe precocemente e viu o rapaz, pai da criança, trocá-la por outra namorada, que podia ser descrita neste espaço com um vernáculo mais ofensivo, mas nem vale a pena. Adicionalmente, já não conta com a mãe para a ajudar a cuidar do filho e o pai é um alcoólico que a trata de uma forma agressiva e abusiva. “Que vida miserável”, estarás a pensar. Contudo estava tudo prestes a mudar e, pela primeira vez desde a sua gravidez, ia ter um date com um rapaz que conheceu online e que, ao contrário de toda a gente à sua volta, a tratava bem.
Os últimos segundos deste capítulo inicial mostram-nos Erin sem vida na margem de um rio e deixam um sentimento de tristeza dentro de nós. Como é que a sua morte se vai ligar com a narrativa de Mare? Não sei, mas estou preparado para deixar um espaço na minha agenda e esperar todas as semanas por um novo episódio desta série. Já é mais do que a Rose fez pelo Jack.
DE REGRESSO ÀS SALAS DE CINEMA
A nova fase de desconfinamento que se iniciou esta semana permitiu que a maior parte dos cinemas voltassem a abrir. O cartaz ainda não é muito rico, os horários não são tão flexíveis como nos habituámos e ainda não são permitidas pipocas nas salas, mas mesmo existem várias razões para regressar:
Podes ver um filme sem ter alguém a pedir para baixar o volume.
Podes ver um filme sem sentir a necessidade de olhar para o telemóvel de dez em dez minutos que o sofá parece inevitavelmente criar.
Existem filmes aos quais vale a pena dar uma oportunidade no grande ecrã.
Num mundo ideal, este filme iria permitir avançar a narrativa apresentada por Zack Snyder na versão mais recente da “Liga da Justiça”. Infelizmente, não é o caso. Nesta nova história, vamos ver Diane aka Wonder Woman a resolver os problemas gerados por uma pedra mágica que concede desejos infinitos a quem a possuir. O que é que pode correr mal?
O filme não está disponível em muitos cinemas para já. Vê aqui os cinemas que o têm em cartaz.
Faltam cerca de cinco dias para os Óscares e ainda tens imensos filmes para riscar da lista? Este conta com várias nomeações, incluindo as de Melhor Filme, Melhor Atriz Principal e Melhor Realização, e é apontado como um dos favoritos para a gala mais importante de Hollywood. Não deixes para a semana aquilo que podes fazer nesta.
Vê aqui os cinemas que o têm em cartaz.
Existe sempre uma suspeita natural quanto a filmes baseados em séries de videojogos. Para quem não conhece, pode haver falta de interesse. Para quem conhece e é fã, pode haver expectativas que são difíceis de cumprir. Ainda não vi o filme, mas as reviews para já são animadoras e podem ser resumidas a “ser um filme que não tenta ser mais do que aquilo que é: um puro filme de ação.”
Vê aqui os cinemas que o têm em cartaz.
Créditos Finais
Mais um super-herói a caminho. A Marvel lançou o trailer para o filme “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”.
NBA. Ouve aqui o episódio mais recente do “Bola ao Ar”, podcast sobre NBA da MadreMedia, que contou com a presença do rapper Mike El Nite.
Óscares. A cerimónia vai ser transmitida na RTP, no domingo e podes relembrar os nomeados aqui.
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