Acho Que Vais Gostar Disto: E o Globo de Ouro vai para...
A edição de hoje da newsletter é sobre apostas para os Globos de Ouro, cuja cerimónia terá como dress code fato de treino. Além de palpites pouco científicos, vou falar do documentário de Billie Eilish que chegou ao streaming esta sexta-feira. Para leres já de seguida!
- Miguel Magalhães
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À caça de prémios
Os Globos de Ouro acontecem no próximo domingo, o que significa que estará finalmente inaugurada aquela que é conhecida como a “award season” (altura dos prémios) de Hollywood. Os filmes e séries que consumimos, discutimos ou lemos nesta newsletter vão finalmente ter o devido reconhecimento...ou não, dependendo de quem ganha.
Além da junção entre o mundo da televisão e do cinema num único evento, aquilo que me tem chamado mais a atenção sobre a cerimónia têm sido os monólogos incríveis do comediante inglês Ricky Gervais em todas as edições em que foi o apresentador. Este ano, os Globos de Ouro não vão contar com o humor do britânico, mas vão continuar com caras conhecidas da cerimónia - as atrizes Tina Fey e Amy Poehler -, que vão formar uma dupla de hosts, pela quarta vez.
Pelas razões que conhecemos, os Globos de Ouro, que são premiados pela Associação de Jornalistas Estrangeiros de Hollywood, terão uma edição híbrida. “O que é que isto significa?”, perguntas tu. Basicamente, uma das apresentadoras vai estar num palco em Nova Iorque, a outra num palco em Los Angeles, e ambas vão interagir com a maior parte dos nomeados e convidados remotamente. É provável que um ou outro ator conhecido acabe por se deslocar a um dos palcos para lhes fazer companhia, com toda a segurança.
Dentro dos nomeados, em termos de plataformas, a Netflix vai à frente, com 42 nomeações. Em termos de filmes, destaca-se “Mank”, com seis nomeações. E, por último, a série com mais nomeações foi “The Crown”, também com seis. Portanto tem tudo para ser mais uma confirmação de que este foi mesmo o ano da Netflix. Falta só ganharem.
Um ritual normal deste tipo de eventos são as apostas em prováveis vencedores nas diferentes categorias. Por escassez de espaço, vou destacar nesta rubrica quatro: Melhor Filme Dramático, Melhor Filme de Comédia, Melhor Série Dramática e Melhor Série de Comédia.
Disclaimer: Não vi todos os filmes e séries nomeados...ainda.
Instagram: na nossa página vamos deixar os nossos seguidores participarem na votação e dizerem-nos as suas apostas. Fica atento.
Melhor Filme Dramático
Nomeados: “The Father”, “Mank”, “Nomadland”, “Promising Young Woman”, “The Trial of Chicago 7”.
A minha aposta: “Mank” (sobre a qual escrevi aqui).
O filme da autoria do realizador David Fincher (“Seven”, “Fight Club”) conta a história do homem que escreveu o guião daquele que é considerado um dos maiores clássicos de Hollywood, “Citizen Kane”. A preto e branco, Herman Mankiewicz, protagonizado por Gary Oldman, tem, pela mão de Orson Welles, a oportunidade de deixar um legado, depois de, ao longo da sua carreira, quer pelo seu feitio, quer pelas suas opiniões políticas, ter conseguido incompatibilizar-se com praticamente toda a gente na indústria. Falarmos sobre ele e sobre “Citizen Kane” significa que foi bem-sucedido, mas não sem os seus custos.
Melhor Filme de Comédia
Nomeados: “Borat Subsquent Moviefilm”, “Hamilton”, “Music”, “Palm Springs”, “The Prom”
A minha aposta: “Hamilton” (sobre a qual escrevi aqui).
Depois do sucesso na Broadway, onde se tornou num dos musicais mais lucrativos, “Hamilton” tornou-se num fenómeno também no streaming, quando a Disney lançou a filmagem de um dos espetáculos na sua plataforma. É debatível se, apenas por estar disponível em vídeo num serviço de streaming, aquilo que é na sua essência uma peça de teatro devia concorrer diretamente com uma arte diferente que é o cinema. Não sou a pessoa certa para dar a resposta, mas “Hamilton”, pela revisão histórica que faz da origem dos EUA e pela importância que teve para a comunidade afro-americana e latina, é muito capaz de levar a estatueta para casa. E, claro, por músicas como esta.
Melhor Série Dramática
Nomeados: “The Crown”, “Lovecraft Country”, “The Mandalorian”, “Ozark”, “Ratched”.
A minha aposta: “The Mandalorian” (sobre a qual escrevi aqui).
Naquilo que é uma aposta e um desejo em simultâneo, a verdade é que a segunda temporada da série do universo de Star Wars superou todas as expectativas. Provou que é possível criar histórias originais e interessantes num contexto que para muitos já era demasiado familiar ou até desgastado. Seja pelo Baby Yoda, seja pelos novos personagens, ou até pelos novos cenários e efeitos especiais, tudo ali resulta e culmina num último episódio que certamente deixou qualquer fã em êxtase. Que a Força esteja com os senhores que decidem quem leva o globo para casa.
Melhor Série de Comédia
Nomeados: “Emily in Paris”, “The Flight Attendant”, “The Great”, “Schitt’s Creek”, “Ted Lasso”.
A minha aposta: “Schitt’s Creek”.
Quem eu queria mesmo que ganhasse: “Ted Lasso” (sobre o qual escrevi aqui).
Depois de se tornar na primeira série a “limpar” todas as categorias de comédia na última edição dos Emmys, é provável que "Schitt 's Creek” volte a ter um reconhecimento semelhante. Mas eu gostava que não fosse assim. Quantas pessoas diriam que uma série sobre um treinador de futebol americano que vai para Inglaterra treinar um tipo futebol diferente (e melhor) tinha tudo para correr bem? Eu não seria uma delas, no entanto ver “Ted Lasso” é ter uma experiência que mistura humor, empatia por um treinador e amor por um desporto que faz parte do nosso dia a dia. Se não ganhar desta vez, as segunda e terceira temporadas já confirmadas na Apple TV+ terão as suas hipóteses.
Nos bastidores de uma jovem estrela
Aos 19 anos, o nome de Billie Eilish já é incontornável no mundo da música. O sucesso do seu álbum “When We Fall Asleep, Where Do We Go?” valeu-lhe seis Grammys e, mais importante do que isso, o convite para que desse voz à soundtrack do próximo filme da saga James Bond, “No Time To Die”. Quem precisa de prémios quando pode ter a música com a qual o 007 salva o mundo mais uma vez?
Esta sexta-feira saiu na Apple TV+ “The World’s a Little Blurry”, um documentário sobre a artista que nos permite observar, de uma perspetiva muito intimista, o seu desenvolvimento desde o momento em que começou a trabalhar no seu primeiro single “Ocean Eyes” com o irmão Finneas até aos dias pré-pandemia, em que recebeu os Grammys. Em pouco mais de duas horas, vemos sessões de Billie e do irmão a gravar e produzir música no quarto de sua casa, vemos imagens das primeiras tours da cantora americana e vemos ainda “reuniões familiares” em diferentes momentos decisivos da sua carreira, ainda precoce.
O meu momento favorito do documentário foi uma cena no festival Coachella em que Eilish conhece Katy Perry e o seu marido simpático, com o qual conversa durante algum tempo. De regresso à sua caravana, a artista descobre que o senhor simpático com o qual falara era, na realidade, Orlando Bloom, ator conhecido pelos seus papéis em “Piratas das Caraíbas” e “Senhor dos Anéis”. Acontece a todos.
Créditos Finais
Colaboração de luxo: os artistas Bruno Mars e Anderson Paak decidiram formar uma banda chamada Silk Sonic. O seu álbum de estreia foi produzido nos últimos meses e o primeiro single irá ser lançado na próxima sexta-feira, 5 de março. Esperamos que seja bom!
Colaboração de luxo 2.0: na segunda-feira, o Spotify anunciou uma série de novidades e, entre elas, estava um podcast de uma dupla inesperada: Barack Obama e Bruce Springsteen. “Renegades: Born in the USA” já tem dois episódios disponíveis aqui.
Daft Punk: após uma carreira de 28 anos, o duo parisiense anunciou o fim da sua parceria esta semana. Ouve aqui uma playlist de alguns dos seus principais sucessos.
Netflix: lê algumas sugestões do melhor que podes encontrar no serviço de streaming, aqui.
HBO Portugal: lê algumas recomendações dos melhores conteúdos presentes na plataforma, aqui.
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